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Sindicato dos enfermeiros acusa hospitais de agirem de má fé para dar argumentos à requisição civil

Os enfermeiros dizem que há administrações hospitalares a agendarem cirurgias para a totalidade das salas operatórias, como se não houvesse greve, para dar argumentos ao Governo para que possa avançar para a requisição civil.

Em declarações à Lusa a propósito das afirmações do diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Porto, que na terça-feira disse que os serviços mínimos não tinham sido cumpridos, Lúcia Leite, da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), referiu que a administração hospitalar agiu de má fé.

“O senhor diretor fala em 12 salas que foram agendadas, ora 12 salas são todas as salas do bloco operatório do Hospital de Santo António”, afirmou Lúcia Leite, sublinhando: “O que os senhores que se põem a jeito para fazer favores ao Governo fizeram foi marcar doentes prioritários, alguns já com tempo de resposta mínima ultrapassado, em todas as salas, como se não estivéssemos em greve”, disse.

Lúcia Leite considera que esta foi uma atitude “de má fé” para dar argumentos ao Governo para avançar par a requisição civil, e diz que houve uma atitude concertada por parte das várias instituições”.

“O que aconteceu foi uma atitude concertada por parte das várias instituições (…) para agendamentos por períodos mais longos, com doentes a mais para o período operatório. Quem faz o plano sabe que, no fim do dia, por muito que todos trabalhássemos, iam sobrar doentes para operar”, afirmou.

Na terça-feira, em entrevista à SIC, o primeiro-ministro admitiu avançar para a requisição civil, horas depois do diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Porto ter vindo dizer que os serviços mínimos não tinham sido cumpridos.

“Queremos agir com a firmeza necessária, mas com a justiça devida. Chegámos ao limite daquilo que podíamos aceitar. Se for necessário, iremos utilizar esse instituto jurídico”, declarou António Costa, quando questionado sobre se o Governo tenciona recorrer à requisição civil para travar as consequências das greves dos enfermeiros.

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