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Sindicato aponta 70 por cento de adesão à greve da Soflusa

A greve parcial dos trabalhadores da Soflusa, empresa de transporte fluvial entre Barreiro e Lisboa, registou hoje uma adesão de 70 por cento, causando, pelo segundo dia consecutivo, a supressão do serviço nas horas de ponta, informou fonte sindical.

“A adesão anda à volta de 70 por cento, tendo feito com que os barcos estivessem parados entre as 05:00 e até perto das 11:00. Agora, durante a parte da tarde, a partir das 18:00 e até às 22:00 também vão paralisar”, adiantou à agência Lusa Carlos Costa, da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.

Este balanço difere, contudo, dos dados apresentados pela empresa, que indicou à Lusa uma adesão “na ordem dos 40 por cento” na manhã de hoje e de 48 por cento na segunda-feira (45 por cento na parte da manhã).

Segundo o sindicalista, a diferença nos valores acontece porque a Soflusa está a contabilizar todos os trabalhadores da empresa, mas a greve refere-se apenas à parte marítima, onde laboram cerca de 75 pessoas.

“Compreendo os dados apresentados pela empresa, que se referem ao geral, mas eu estou a dar um valor da parte afetada, ou seja, o pré-aviso era só dirigido à parte marítima, os restantes profissionais trabalharam normalmente”, esclareceu.

Este foi o segundo e último dia de greve parcial, de três horas por turno, em que os trabalhadores reivindicam uma nova escala de serviços e a contratação de profissionais para diminuir a sobrecarga de trabalho, que, segundo a Fectrans, se acentuou em abril, depois de se ter aumentado a oferta “com o mesmo número de efetivos”.

Na segunda-feira, a empresa negou esta afirmação à Lusa, garantindo que “o aumento da oferta não implicou qualquer alteração ao regime dos horários de trabalho”.

Porém, o sindicato reafirmou hoje que o “redimensionamento da escala” levou à sobrelotação de trabalho, fazendo com que o tempo de preparar os navios tenha sido reduzido.

“Hoje temos 10 a 12 minutos para meter cada motor, que são quatro, a funcionar para a carreira ao público. Reduziram o tempo e aumentaram a oferta. Nós concordamos com o passe social, mas a intenção da empresa devia ser aumentar as carreiras com novas contratações. Esta situação pode ter implicações na segurança e problemas de manutenção”, frisou.

A Soflusa também indicou, em resposta às reivindicações, que já se encontram ao serviço cinco novos trabalhadores (quatro marítimos e um auxiliar de terra), contudo, Carlos Costa sublinhou que continua a não ser suficiente.

“A nível de marinheiros foram contratados dois, mas até ao final de 2018 saíram quatro para a reforma. Além disso, eram precisos 14 e entraram apenas dois, já para não falar que vai sair mais um colega que atingiu a idade da reforma. Os auxiliares de terra faltavam dois e veio só um. Os maquinistas faltavam três e vieram dois”, adiantou.

De acordo com o sindicalista, a empresa ainda não mostrou abertura para negociar uma alteração à escala de serviço, pelo que os trabalhadores vão reunir-se em plenário para decidir os próximos passos.

Os profissionais da área marítima encontram-se paralisados desde as 18:00 de hoje e o serviço vai permanecer encerrado até às 22:00, mas na quarta-feira já funcionará normalmente.

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