Ciência

Simulação mostra buraco negro a engolir uma estrela à passagem

Como é que um buraco negro engole uma estrela? Tal como mostra esta simulação feita pela NASA. Alertada por investigadores universitários, a agência apontou o telescópio de raio-x para uma galáxia distante e observou como funcionam as ‘marés disruptivas’.

Uma estrela pode ‘morrer’ de duas maneiras, dizem os cientistas: ou explodem, o que as leva a tornarem-se em supernovas, ou são engolidas pelos temíveis buracos negros.

Mas como é que um buraco negro, um fenómeno tão intrigante quanto poderoso, consegue engolir uma estrela? A resposta foi conhecida há poucas semanas e agora a NASA apresentou uma simulação, em vídeo, para retratar as ‘marés disruptivas’, o momento em que a gravidade do buraco negro puxa a estrela para a morte.

A simulação só se tornou possível depois dos investigadores do Asas-SN, um programa da Universidade Estadual de Ohio que varre o Espaço à procura de fenómenos extremos, ter alertado a agência espacial dos EUA para a aproximação entre um buraco negro e uma estrela na galáxia PGC043234, a 295 milhões de anos-luz.

Graças a um potente telescópio de raio-x, a NASA conseguiu registar as ‘marés disruptivas’ com um detalhe sem precedentes.

“Temos encontrado provas de algumas marés disruptivas nos últimos anos e temos pensado em várias hipóteses sobre o que acontece. Esta é uma das nossas melhores hipóteses, até agora, sobre o que se passa quando um buraco negro despedaça uma estrela”, comentou Jon Miller, investigador da Universidade de Michigan.

O fenómeno ocorreu a 22 de Novembro do ano passado, mas só agora é que a agência espacial divulgou a simulação.

Quando a gravidade do buraco negro começou a puxar a estrela para o núcleo, os filamentos do astro aqueceram milhares de graus celsius, criando uma chama. Esta, porém, deixa de ser visível assim que o material cai sobre o horizonte do buraco negro. Os fragmentos da estrela, em estado gasoso, formam então um disco na órbita do buraco negro.

“O buraco negro rasga a estrela e começa a engolir material rapidamente, mas como não consegue manter esse ritmo acaba por expelir parte do material”, complementou Jelle Kaastra, do Instituto de Pesquisa Espacial da Holanda e um dos investigadores que participou na simulação.

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