Uma estudante de 22 anos, Elisa Bianco, simulou sofrer de um cancro em estado terminal. Comoveu a professora, Sally Retallack, do Cornwall College, no Reino Unido, que gastou todas as economias para cumprir os últimos desejos da aluna. A docente perdeu o emprego e até o casamento foi destruído. Elisa foi condenada.
Juiz que condenou Elisa Bianco considerou que este foi o caso mais marcante da sua longa carreira de magistrado.
É uma história que mistura a generosidade imensa, com a manipulação desse sentimento. Elisa Bianco conta 22 anos e simulou sofrer de um cancro nos rins, em estado terminal.
Fez crer uma professora, Sally Retallack, de 49 anos, que estava prestes a morrer e que pretendia ver satisfeitos alguns desejos. Porém, por incapacidade económica, não teria a possibilidade de os fazer cumprir.
Encontrou pela frente não apenas uma docente, mas uma pessoa tremendamente generosa, que não ficou indiferente àquela história de vida – um falso tumor maligno incurável reduzia a sobrevivência para três meses.
Mais: para conseguir a total compaixão pela estudante, Elisa Bianco pintou um quadro negro no seio familiar. Revelou que tinha sido abusada pelos pais e que passava fome.
Sally Retallack ficou – mais do que sensibilizada – totalmente destruída com a dor daquela aluna do Cornwall College. E a professora predispôs-se a satisfazer todos os pedidos que foram surgindo.
Usou todas as suas poupanças. Nunca disse ‘não’ a um pedido de dinheiro. Encarou os últimos desejos de Elisa Bianco como um desígnio, uma obrigação de vida.
A loucura de Elisa levou a que a sua professora perdesse o emprego. Mas não só: o casamento de Sally Retallack foi destruído, também por culpa de problemas resultantes da proximidade com esta jovem.
Sally (mãe de quatro filhos) despediu-se para acompanhar Elisa, todos os dias, ao hospital. Enganada. Durante as falsas consultas, enquanto a professora aguardava, a estudante ia para o café, de pijama…
O caso foi parar a tribunal e terminou com uma condenação de Elisa Bianco a dois anos e oito meses de prisão.
O juiz Christopher Harvey Clark considerou que houve “uma manipulação das emoções” da professora, que por culpa da falsa doente oncológica se afastou da sua família e redefiniu objetivos de vida. Tudo assente numa mentira.
Mas o magistrado não se limitou a ler a sentença com a frieza da lei. Considerou que este é um caso único. Christopher Harvey Clark encarou este caso como o mais relevante da sua carreira.
Elisa conseguiu controlar uma pessoa próxima através dos seus sentimentos, fazendo-se passar por uma doente oncológica. E simular um cancro para obter proveitos é chocante. Sobretudo quando se coloca a vida de terceiros em risco e com conhecimento desse facto.
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