O Sewol, o ferry que naufragou a 16 de abril de 2014 nas águas da Coreia do Sul, vai voltar à superfície. A garantia foi hoje deixada pela Presidente, Park Geun-hye, na cerimónia que assinalou o aniversário do acidente que provocou a morte a 304 pessoas.
A 16 de abril de 2014, a Coreia do Sul assistia, impotente, ao naufrágio do Sewol, um ferry que levava a bordo 450 pessoas, na maioria estudantes. O acidente provocou 304 mortes, enquanto o navio caía para os 40 metros de profundidade.
Hoje, na cerimónia que lembrou o aniversário do naufrágio, a Presidente sul-coreana deixou uma promessa: o Sewol vai voltar à superfície.
Park Geun-hye, que como chefe de Estado foi criticada pela demora das autoridades no socorro às vítimas, garantiu ainda que a operação será realizada “o mais rápido possível”.
Ainda assim, muitos dos familiares voltaram a protestar, hoje, alegando que nenhum procedimento foi adotado para evitar tragédias como as evocadas neste aniversário.
Uma das consequências do protesto foi o ‘bloqueio’ de Lee Wan Koo: o primeiro-ministro não conseguiu contornar as barricadas montadas em torno do palco da cerimónia, pelo que não pôde discursar.
A decisão de resgatar o ferry do fundo do mar, aprovada quase por unanimidade pelo Congresso (na semana passada), vai implicar uma despesa superior a 110 milhões de euros.
De acordo com os peritos que conduziram o inquérito, vários factores contribuíram para o acidente de 16 de abril.
O comportamento negligente da tripulação foi o principal motivo, com as principais críticas a residirem no facto de ter abandonado o navio enquanto este naufragava, depois de dada a ordem aos passageiros para recolherem às cabines.
O excesso de peso, a má acomodação da carga e os efeitos de obras não autorizadas no ferry também contribuíram para o acidente.
Entretanto, o capitão do barco, Lee Jun-seok, foi condenado a 36 anos de prisão. Outros membros da tripulação apanharam penas entre os 15 e os 30 anos.
Yoo Byung-eun, o dono da empresa proprietária do Sewol (Chonghaejin Marine), castigou-se três meses após a tragédia, suicidando-se.
Nove corpos continuam desaparecidos.