Sentimento de impotência na Mercedes após o Grande Prémio de Itália
O Grande Prémio de Itália não foi aquilo que a Mercedes e os seus pilotos imaginavam, e o pódio não bastou para apaziguar os ânimos na equipa campeã do Mundo de Fórmula 1 após a prova de ontem.
Nem Valtteri Bottas, que foi segundo atrás do vencedor, Charles Leclerc, se sente satisfeito. E isso não tem a ver com o seu desempenho mas com o do W10, impotente face à velocidade de ponta do Ferrari SF90 nas longas retas de Monza.
O finlandês chegou à segunda posição depois de um erro de Lewis Hamilton e da opção errada do seu companheiro de equipa em seguir com os pneus médios na segunda metade da corrida, ainda que numa fase em que o nórdico era o mais rápido em pista.
“Penso que tinha uma boa estratégia acertada ao prolongar o primeiro turno. Mas estou frustrado. Tentei tudo o que podia para o apanhar (Leclerc), mas não havia outra solução”, começou por conta Bottas após a corrida.
O titular do Mercedes # 77 refere também que a aproximação ao monegasco da Ferrari se revelou muito complicada: “Quando me aproximava demasiado começava a bloquear a roda dianteira esquerda, devido à falta de apoio. Foi o melhor que pude fazer”.
Valtteri admite também que as dificuldades sentidas pela Mercedes na pista italiana não foram algo que o tenha surpreendido: “Viemos para Monza esperando que fosse uma das corridas mais difíceis da época para nós, mas pudemos desafiar os Ferrari, por isso foi dentro do esperado”.
“Globalmente foi uma boa corrida e penso que pudemos deixar Itália com um sentimento positivo. No papel as próximas provas devem ser mais favoráveis para nós e estou impaciente por me bater com a Ferrari e a Red Bull nas próximas semanas”, acrescentou o piloto finlandês.
Já Toto Wolff, líder da equipa Mercedes sente-se resignado com o desfecho da prova transalpina. “Sabíamos que não tínhamos o melhor conjunto para Spa e Monza. Fiquei já contente por partirmos de segundo e terceiro na grelha e disse que ficaria contente por terminar nestas posições”.
“Mas nós somos competidores. A alegria não é completa com uma corrida como esta. Tenta-se seguir uma corrida com o DRS aberto e não se consegue ultrapassar numa reta tão grande. Fica-se com o sentimento de não estarmos suficientemente ‘armados’. Depois não posso retirar mérito à performance da Ferrari e de Charles. Eles tinham o melhor conjunto e puderam-se apoiar num joven talento que não hesita em jogar todos os trunfos”.