Segundo o jornal Beijing News, seis idosos da China decidiram suicidar-se, porque não queriam ser cremados. A nova lei aprovada pelo governo da cidade de Anqing obriga a que, a partir de 1 de junho, os cadáveres sejam cremados, o que contraria a tradição chinesa.
A polémica lei do governo da cidade de Anqing que obriga à cremação de todos os cadáveres foi acentuada com a morte de seis idosos, que cometeram suicídio.
Segundo o Beijing News, fizeram-no para poderem cumprir o desejo de o seu corpo poder ser enterrado pela família, de acordo com a tradição local.
Os idosos queriam ser sepultados, mas a lei que o governo de Anqing, na província de Anhui, aprovou obriga a que, a partir de junho, todos os mortos devam ser cremados.
Desse modo, os idosos de Anqing decidiram pôr termo à vida antes da entrada em vigor dessa lei. Uma idosa de 91 anos enforcou-se. Os restantes cinco envenenaram-se. Poderão, assim, ser sepultados pelos familiares, como pretendiam.
O governo da cidade de Anqing aprovou a medida alegando que há cada vez menos espaço para enterrar os mortos. A tradição milenar de construir túmulos tem sido combatida, de diversas formas, primeiro com o incentivo à cremação, agora com a sua obrigatoriedade.
Há residentes daquela cidade que demoram uma década a preparar os caixões. Esta proibição de fazer enterros veio provocar grande consternação.
E há outras cidades da China que pretendem avançar no mesmo sentido, para libertar a terra dos mortos e apostarem na agricultura.