Segurança Social: 15 pessoas detidas por suspeita de burla superior a três milhões de euros

A Segurança Social pode ter sido burlada em mais de três milhões de euros por uma rede criminosa. Quinze pessoas foram ontem detidas, pela PJ, pela suspeita de desviarem dinheiro de apoios sociais através de informação falsa. Um dos detidos é funcionário da própria Segurança Social.

A Polícia Judiciária (PJ) do Porto desmontou uma alegada rede criminosa que se dedicava, entre outros crimes, a burla tributária sobre a Segurança Social. Os outros crimes sob investigação são os de associação criminosa e falsidade informática. Foram detidas 15 pessoas, uma das quais é funcionária da Segurança Social.

“Foram detidos, em cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público, 15 suspeitos, sendo 11 homens e quatro mulheres, com idades compreendidas entre os 22 e os 60 anos, entre os quais um funcionário da Segurança Social”, precisou a PJ, em comunicado. As detenções foram realizadas em buscas domiciliárias e em empresas (a maior parte das quais em Vila Nova de Gaia), para as quais foram destacadas dezenas de inspetores.

Os 15 detidos são suspeitos de uma burla à Segurança Social que “ultrapassa os três milhões de euros”, de acordo com a mesma nota da PJ. O esquema consistia no acesso a vários apoios sociais (subsídios de desemprego ou de doença e pensões de reforma) por “um elevado número de beneficiários”, todos residentes na área metropolitana do Porto, através de informação falsa.

Uma fonte da PJ não identificada pelo Público terá adiantado ao mesmo jornal que os casos detetados serão às dezenas. O Jornal de Notícias avança serem centenas os beneficiários deste esquema. A rede teria ainda elementos que angariavam ‘clientes’, com estes últimos a pagarem uma comissão sobre os apoios recebidos.

A operação, batizada como “Teia Social”, foi realizada pela PJ com a colaboração da Unidade de Fiscalização do Norte do Instituto da Segurança Social e dos serviços de inspecção tributária da Direcção de Finanças do Porto. As buscas e as detenções foram realizadas ontem, mas há meses que vários dos suspeitos estariam a ser investigados.