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Seguradora chinesa alerta para planeamento “inadequado” da Nova Rota da Seda

O planeamento de alguns dos principais projetos de infraestruturas lançados pela China além-fronteiras tem sido “absolutamente inadequado”, resultando em grandes perdas financeiras, advertiu hoje o diretor da seguradora de crédito estatal da China.

Citado por um jornal de Hong Kong, Wang Wen, que dirige o China Export and Credit Insurance Corporation, disse que os empreiteiros e financiadores de projetos no âmbito da iniciativa chinesa ‘Nova Rota da Seda’ precisam de reforçar a sua gestão de risco para “evitar um desastre”.

Wang Wen exemplificou com os erros na execução da linha ferroviária entre Adis Abeba e o Djibuti, inaugurada no início deste ano, e com um custo de construção fixado em quatro mil milhões de dólares (3.500 milhões de euros).

Segundo o responsável, a dívida contraída para a construção da linha teve já que ser reestruturada, devido à subutilização da infraestrutura, por falhas de energia.

“A capacidade de planeamento da Etiópia é fraca, mas mesmo a ajuda do Sinosure [China Export and Credit Insurance Corporation] e do banco chinês que concedeu o crédito foi insuficiente”, afirmou.

Wang Wen apontou outros projetos financiados pela China, incluindo refinarias de açúcar com escasso fornecimento de beterraba-sacarina, planta usada na produção de açúcar ou linhas ferroviárias subutilizadas na América Latina.

Bancos estatais e outras instituições ligadas ao Governo chinês estão a conceder enormes empréstimos para projetos lançados no âmbito da ‘Nova Rota da Seda’, um gigantesco plano de infraestruturas que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático.

Críticos da iniciativa apontam para um aumento problemático do endividamento dos países envolvidos e insustentabilidade dos projetos que, em alguns casos, coloca estes países numa situação financeira volátil.

Com 796 quilómetros de extensão, a linha ferroviária entre Adis Abeba e o Djibuti, que dá acesso marítimo à Etiópia, foi construída pelas estatais chinesas China Rail Engineering Corporation e China Civil Engineering Construction Corporation.

Grande parte do financiamento, mais de 3.300 milhões de dólares (2.900 milhões de euros), foi contraído junto do Export-Import Bank of China.

O Sinosure, que dá garantia de pagamento ao projeto, já desembolsou, até agora, quase mil milhões de dólares (880 milhões de euros), segundo Wang.

Em setembro passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou no Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, 60 mil milhões de dólares (51 mil milhões de euros) em assistência e empréstimos para países africanos, no âmbito da ‘Nova Rota da Seda’.

O financiamento inclui 15 mil milhões de dólares em doações, empréstimos sem juros e sob condições preferenciais; 20 mil milhões em linhas de crédito; a criação de um fundo especial de dez mil milhões para financiar o desenvolvimento; um fundo especial de cinco mil milhões para financiar importações do continente africano e dez mil milhões em investimento direto por empresas chinesas.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: China

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