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Toma da segunda dose da vacina deve ser adiada, defende coordenador da ‘task force’

Henrique Gouveia e Melo, o coordenador da ‘task force’ responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19, defendeu o adiamento da segunda toma da vacina.

O objetivo é que, face à escassez de vacinas, se assegure os 70 por cento de proteção da primeira toma a um maior grupo de pessoas, apontando para a vacinação de 200 mil pessoas até ao fim de março.

“Está a ser estudado, a meu pedido, pela Direção-Geral da Saúde e pelo Infarmed, se podemos alargar este período por duas semanas, de forma a conseguirmos antecipar a vacinação a cerca de 200 mil pessoas. É muito importante pelos 70 por cento da proteção que pode dar”, adiantou o coordenador da ‘task force’.

“Reforçar a vacinação uma ou duas semanas mais tarde praticamente não vai fazer grande variação no processo de defesa da pessoa que já foi vacinada com a primeira dose”, salientou ainda o vice-almirante, durante a audição na comissão parlamentar da Saúde.

O adiamento da segunda toma permitirá ainda cumprir a meta da União Europeia, que pretende ter 80 por cento da população com mais de 80 anos vacinada até ao fim do primeiro trimestre.

“É um princípio bom: 70 por cento de proteção é melhor do que zero por cento de proteção para 200 mil pessoas durante um período alargado”, insistiu Henrique Gouveia e Melo, confessando a “preocupação” por não ter “a certeza de que vamos conseguir atingir o objetivo face ao número de vacinas que temos”.

De acordo com o coordenador do plano de vacinação, a última previsão da chegada de vacinas a Portugal, fornecida pelo Infarmed em 19 de fevereiro, apontava para 2,5 milhões no primeiro trimestre, nove milhões no segundo trimestre, 14,8 milhões no terceiro e, finalmente, 9,5 milhões no quarto trimestre.

“Se esta previsão se concretizar (e é um ‘se’ muito grande), a imunidade de grupo [os 70 por cento de vacinação com doses iniciadas, não o processo completo] é atingida, em princípio, no início de agosto, de acordo com os nossos cálculos, não havendo limitações na administração das vacinas”, finalizou.

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