Sebastien Loeb perdeu-se várias vezes

A 10.ª etapa do Rali Dakar 2017 foi bastante difícil até para o piloto que inicialmente foi o mais rápido. É que Sébastien Loeb perdeu-se várias vezes, ainda que tenha conseguido impor-se por mais de dois minutos a Cyril Despres.

Mas  Stéphane Peterhansel voltou à liderança di rali, mercê da devolução do tempo que perdeu junto do ‘motard’ contra o qual colidiu,  numa prova onde a Peugeot se mantém no controlo das operações, monopolizando os três primeiros lugares da classificação dos automóveis.

De facto os pilotos dos 3008 DKR não foram uma exceção à ‘regra’ de muitos concorrentes que andaram perdidos para conseguirem validar os ‘waypoints’ (pontos de pasagem). Esta desorientação terá mesmo estado na origem do acidente que viu Peterhansel atingir o esloveno Simon Marcic, um piloto de motos que surgiu em sentido contrário numa trilha estreita.

O vencedor da edição de 2016 prova parou de imediato para prestar os primeiros socorros ao ‘motard’ até à chegada do helicóptero médico chegou ao local, cerca de 15 minutos depois. E após a subtração do tempo passado ao lado do ‘motard’ com o motociclista o piloto do Peugeot n.º 300 conquistou a sua terceira vitória em Especiais e reassumiu a liderança à geral, com 5m50s de avanço sobre Loeb.

O ex-campeão do mundo de ralis não conseguiu evitar algumas das armadilhas de navegação desta Etapa. Em várias ocasiões perdeu muito tempo para validar alguns Waypoints, tendo terminado o dia com o segundo tempo mais rápido na Especial, após um final de prova brilhante.

“Perdemo-nos por três ou quatro vezes Entrámos num vale e apercebemo-nos de que não era a pista certa. Perdemos muito tempo em várias ocasiões. Foi muito complicado e não muito divertido. Alguns Waypoints escolhidos estavam em zonas que não são adequadas a este tipo de carros e às vezes era quase impossível alcançá-los”, queixou-se Sebastien Loeb.

“Fizemos, depois, uma grande segunda parte da especial, estando sempre no ritmo certo. Nada é impossível, mas se o Stéphane não tiver problemas parece complicado, especialmente porque a Etapa de amanhã começa com uma secção de off-road”, acrescentou o alsaciano.

Já para Peterhansel este ”foi um dia muito complicado. Primeiro porque em termos de navegação foi muito difícil. Todos estavam constantemente perdidos no labirinto dos leitos de rios secos”.

“A determinada altura em que também estávamos perdidos, um motard também estava, aparecendo em sentido oposto ao nosso, saindo de trás de um pequeno arbusto. Travei a fundo e ele caiu e batemos nele, ficando debaixo do carro. Saímos então do cockpit e vimos que estava consciente, mas aparentemente tinha uma fratura exposta da tíbia/perónio”, conta o 12 vezes vencedor do Dakar.

“Ficamos com ele até o helicóptero médico chegar mas depois disso foi difícil concentrar e encontrar um bom ritmo. Felizmente, estivemos menos perdidos do que os outros e encontrámos um bom ritmo no final. Foi-nos descontado o tempo que passámos com o motard. Estamos na liderança, o que é sempre bom a apenas dois dias da chegada”, acrescenta Peterhansel.

Fotos: DPPI