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“Se não há controlo judicial parece-me altamente preocupante”, reage Ana Gomes

A jurista e candidata presidencial Ana Gomes defendeu que o caso da alegada espionagem a jornalistas por parte da PSP, a mando de uma procuradora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, deve ser cabalmente esclarecido.

A diplomata pretende recolher “todos os detalhes” sobre o caso, depois das primeiras informações que recebeu a terem deixado “muito preocupada”.

“Deixou-me muito inquieta, vou procurar saber mais informações e, se de facto não há controlo judicial, parece-me altamente preocupante”, adiantou a antiga eurodeputada, à margem de uma iniciativa de campanha.

Confrontada com a inexistência de um mandado assinado por um juiz de instrução, como avançado pela revista Sábado, Ana Gomes considerou que tal ato coloca em risco o “Estado de direito”.

“Parece-me completamente contrário ao que seria elementar num Estado de direito, sobretudo por ser direcionado sobre jornalistas”, frisou.

De acordo com a Sábado, a procuradora Andrea Marques mandou a PSP vigiar dois jornalistas (Carlos Rodrigues Lima e Henrique Machado) para apurar uma eventual violação do segredo de justiça no caso E-toupeira, uma investigação que teve origem em informação avançada pelo portal Football Leaks, de Rui Pinto.

Ao comentar o caso da alegada vigilância a jornalistas, Ana Gomes voltou a defender o hacker, como tem feito desde que Rui Pinto foi detido na Hungria, a 16 de janeiro de 2019.

“Eu, da mesma maneira que defendo denunciantes como Rui Pinto, defendo o trabalho dos jornalistas”, afirmou a candidata a Belém.

“Fenómenos” como a espionagem de jornalistas só costumam ocorrer em “países onde foi posta em causa a independência da justiça e onde se usou alguns agentes da justiça para pervertem a democracia e Estado de Direito”, como “a Hungria”, finalizou Ana Gomes.

Numa resposta à revista, o Ministério da Administração Interna, que tutela a PSP, garantiu que “desconhece totalmente” o caso.

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