“Se Gomes da Silva for eleito, deixo de ser benfiquista. Ele não presta para nada”, diz Manuel José
Antigo técnico encarnado aponta o dedo ao ex-vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, candidato contra Luís Filipe Vieira, nas eleições previstas para outubro.
Manuel José foi extremamente duro para com Rui Gomes da Silva, candidato às eleições do Benfica, concorrendo contra Luís Filipe Vieira e Bruno Costa Carvalho.
No programa Grande Área, da RTP3, o antigo técnico do Benfica lamentou que o ex-vice-presidente adote uma postura de permanente ataque ao líder encarnado.
“Se Rui Gomes da Silva for eleito presidente, eu deixo de ser benfiquista. Ele não presta para nada. Passa a vida a dizer mal do Vieira”, disparou.
No ataque que faz ao ex-vice das águias, em particular à forma como tem gerido a sua candidatura, o comentador da RTP lamenta também que Rui Gomes da Silva “apenas destile ódio”.
Relativamente a Bruno Costa Carvalho, que também se apresentará como candidato nas eleições do emblema lisboeta, Manuel José defende que “não tem estatura para servir de opositor”.
Porém, o antigo treinador não esconde desânimo pela forma como o Benfica se deixou ultrapassar pelo FC Porto e caiu a pique, na reta final do campeonato.
E também não está confortável com o clima de permanente suspeição em torno de Luís Filipe Vieira e, por inerência, do Benfica.
Por outro lado, o propalado interesse na contratação de Jorge Jesus – bem como uma rara chicotada psicológica nos encarnados, que numa década tiveram apenas três treinadores – representa alguma “desorientação” de Vieira, que “está inseguro”.
Manuel José recorda a forma como Jesus deixou o emblema encarnado e todos os processos que se seguiram, com o Benfica a reclamar alguns milhões, “tantos como os que agora parecer querer dar”.
E se Jorge Jesus vier mesmo e não for capaz de colocar o Benfica no caminho das vitórias, os críticos far-se-ão ouvir. Até porque a saída do técnico para o Sporting não está esquecida pelos adeptos, assinala.
Apesar destes erros da direção encarnada, Manuel José não vê uma alternativa ao atual presidente.
O Benfica, recorde-se, empatou (1-1) ontem com o Famalicão, em jogo da 31.ª jornada da I Liga.
O resultado, associado à vitória do FC Porto em Tondela (3-1), deita por terra as ténues esperanças encarnadas em recuperar o primeiro lugar. Bastará aos dragões empatar um dos três jogos que restam no campeonato, sendo que o título pode ser assegurado já no embate com o Sporting, na ronda 32.
Em paralelo, o clube da Luz emitiu um empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros, para fazer frente aos efeitos económicos da pandemia.
Os opositores de Luís Filipe Vieira consideram que essa medida é um sinal de que as finanças do clube não estão tão estáveis como a direção faz crer.
Estes são os tópicos fundamentais da discussão em torno do campeão prestes a deixar de o ser. E são temas que vão alimentar essa discussão nas próximas semanas.
Entretanto, Vieira tenta resolver o problema da liderança técnica.