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“Se a poeira assentar, depois vê-se”, diz Rui Rio sobre as Presidenciais

O social-democrata é apontado como um candidato forte às Presidenciais. Rui Rio, no entanto, não esclarece se vai avançar. “Há poeira a mais no ar”, diz, para justificar o silêncio. “Se a poeira assentar, depois vê-se”, acrescenta Rio, certamente um dos mais fortes candidatos da direita a Presidente da República. O antigo presidente da Câmara Municipal do Porto foi convidado de um ciclo de debates promovido pelo município de Gondomar, intitulado ‘Conversas de Abril’.

E os jornalistas presentes colocaram a pergunta ‘obrigatória’ a Rui Rio: vai avançar para uma candidatura às Presidenciais?

Rui Rio escapou à pergunta e alegou que “anda muita poeira no ar”. Em causa, os candidatos que se assumem, os candidatos a candidatos que dão o passo atrás – como António Guterres, que já garantiu que não vai apresentar-se a sufrágio – e ainda as personalidades que, por questões estratégicas, não deram o passo decisivo (os também sociais-democratas Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro Santana Lopes, por exemplo).

Perante este quadro, o social-democrata prefere esperar para ver. “Não vou falar de eleições, há poeira a mais no ar. Não entro nessa poeira. Sim, se assentar a poeira depois vê-se. Há muita conversa, muita coisa”, acrescenta o ex-autarca, que não se pronuncia sobre as eleições Legislativas, que por sinal ocorrem antes das Presidenciais.

Mas a “poeira” de que Rui Rio pode bem ser a incapacidade de se perceber, ainda, o que irão fazer os pesos-pesados da direita: Marcelo e o antigo primeiro-ministro, Santana Lopes. Um confronto de titãs com estes três nomes seria benéfico para a esquerda.

Para já, Rui Rio tem apenas uma certeza. Não se pronuncia sobre as Legislativas, sobre as Presidenciais, sobre eleições. É a única “certeza absoluta” de Rio. É possível ler nas entrelinhas que o social-democrata pondera avançar?

A poeira de que Rio fala também protege a sua estratégia. Mesmo quando, já dentro do auditório, é confrontado com a questão, que gera curiosidade e perguntas. Perguntas que ficaram sem resposta, mas com alguns registos curiosos.

Um elemento do público confrontou Rio com uma opinião: o ex-autarca do Porto seria mais útil como primeiro-ministro do que como Presidente da República, defendeu.

“Não sou nenhum Dom Sebastião”, retaliou Rui Rio… “Não sou dono das soluções”, completou. De resto, muito poucas palavras.

Rio escuda-se, traçando o perfil do Presidente da República que sucederá a Cavaco Silva. Deve ser um homem capaz de “reunir e fomentar consensos”, para que se proceda a uma “reforma do regime”.

Deve ter uma atuação “sóbria e recatada”, uma vez que qualquer chefe de Estado tem de “interferir pouco” na política.
Aliás, esse será o seu próprio posicionamento relativamente à liderança do PSD. Rui Rio sempre foi um crítico dos críticos das lideranças no partido. Sempre condenou quem “destabiliza a vida do partido”.

E por isso Pedro Passos Coelho não é ‘tido nem achado’ nos seus raciocínios. Sinal de discordância, com certeza, mas com um princípio: não vai levantar poeira à caminhada de Passos rumo à reeleição como primeiro-ministro, cargo onde Rui Rio é desejado numa ala do PSD.

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