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Schettino diz que o naufrágio do Costa Concordia foi “um acidente banal”

francesco_schettinoResponsável pelo naufrágio do Costa Concordia, Francesco Schettino, capitão do navio, pede “perdão” às famílias das 32 pessoas que perderam a vida. Schettino concedeu uma entrevista onde lamenta que se tenha “distraído”, o que levou a que o cruzeiro se tenha afundado, num “acidente banal” – palavras de Schettino – ocorrido em Itália, ao largo da ilha de Giglio, em janeiro.

O comandante do Costa Concordia concedeu uma polémica entrevista ao Canale 5, estação televisiva italiana, onde lamenta o naufrágio e pede desculpa aos familiares das 32 pessoas que perderam a vida no acidente.

Francesco Schettino diz que o seu pedido de “perdão” é “normal” e revela ainda que sente o “peso na consciência” da morte dos 32 passageiros que seguiam a bordo do cruzeiro. Mas o comandante do fala de uma “distração”, que está na origem do naufrágio.

Schettino diz-se também “vítima da tragédia” e não apenas um culpado. “Também fui uma vítima de todo o sistema. É como se os cérebros e os instrumentos a bordo tivessem falhado ao mesmo tempo”, justifica o comandante, que apelida o acidente do Costa Concordia como “um acidente banal”.

Apesar do pedido de perdão e de aceitar ser alvo de críticas – “É normal que as pessoas se sintam irritadas”, assume Francesco Schettino –, também pede compreensão, lembrando que “um naufrágio é diferente de um crime”. E rejeita ter sido autor de um crime que não existiu, no seu entendimento.

“Não acredito ter cometido um crime e quero que toda a verdade venha ao de cima, custe o que custar”, justificou o capitão, acusado de ter provocado o naufrágio por ordenar uma parada muito próxima da costa e por ter abandonado o navio em plena operação de retirada dos 4.200 passageiros e tripulantes.

Francesco Schettino responde pelo crime de homicídio por negligência, pelo naufrágio e pelo facto de ter abandonado o navio e as missões de socorro. Também está sob investigação da justiça por, alegadamente, ter ocultado informação relevante para o apuramento da verdade, no afundamento do Costa Concordia.

Por todas estas suspeitas, foi determinado que ficaria em prisão domiciliária, sendo que estaria impedido de estabelecer contactos com terceiros, exceto com a família e com os seus advogados.

Esta entrevista de Schettino está envolta em alguma polémica, uma vez que alguma imprensa sugere que o comandante do Costa Concordia terá recebido 50 mil euros para a conceder. O Canale 5 já veio desmentir este pagamento.

Recorde-se que o cruzeiro transportava 4229 pessoas, tendo embatido numa rocha, em virtude de uma manobra arriscada da responsabilidade de Francesco Schettino, comandante que abandonou o navio enquanto este se afundava, demitindo-se da sua obrigação de prestar auxílio aos passageiros e liderar as missões de salvamento.

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