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Saúde: Estudo prova que a mentira traz contra-indicações

poligrafoSerá que as mentiras têm efeitos secundários? E dizer a verdade? Traz benefícios? Sim, garante a University of Notre Dame, instituição norte-americana que levou a cabo um estudo com conclusões curiosas: a mentira faz mal à saúde, física e mental.

O estudo tem um nome sugestivo: ‘Ciência da Honestidade’. Foi realizado por um grupo de investigadores da University of Notre Dame, dos Estados Unidos, e consistiu na avaliação de dois grupos de pessoas: as que mentem (foram induzidas a praticarem esse comportamento) e as que não o fizeram, durante um determinado período de tempo.

Os resultados associam malefícios para a saúde física e mental no grupo de pessoas que mentiu de forma mais repetida. E assim os investigadores concluíram que quanto mais mentirmos, pior saúde teremos.

O trabalho foi liderado pela psicóloga Anita Kelly, que orientou um grupo de profissionais na área da saúde e da estatística, para que, ao longo de um período de 10 semanas, fossem avaliados os dois grupos, para que se percebesse quais os efeitos das mentiras no estado físico e psíquico do ser humano.

E o primeiro passo neste trabalho sobre a mentira e a honestidade consistiu na divisão de 110 pessoas em dois grupos – as idades dos participantes situava-se entre os 18 e os 71 anos. De um lado, estiveram pessoas que receberam instruções para que não mentissem durante as 10 semanas em que decorresse o trabalho. Do outro lado, esteve um grupo que deveria adotar o comportamento normal.

Durante o tempo em que decorreu o estudo, todas as pessoas foram sujeitas a testes semanais. Desde logo, o teste do polígrafo, o chamado “detetor de mentiras”, para contabilizar a quantidade de falsidades ditas durante esse período. Os investigadores também avaliaram a satisfação nas relações com os outros.

Findo esse período de comportamentos induzidos e de testes, os investigadores procederam a um paralelo com o estado de saúde das pessoas que mentiram mais e que mentiram menos. A equipa de Anita Kelly estima que reduzir as mentiras acarreta benefícios para a saúde, quer física, quer mental.

A mentira prova depressão, uma vivência mais tensa e mesmo problemas físicos, como dores de cabeça. Estes foram os sintomas apresentados pelo grupo de pessoas que mentiu mais vezes. Por outro lado, a capacidade de se relacionar com o próximo de forma saudável é muito maior no caso das pessoas que não mentem.

Este estudo – financiado pela Fundação John Templeton e apresentado recentemente na 120.ª convenção da American Psychological Association – já teve uma aplicação prática. É que os participantes perceberam que a mentira não lhes traz benefícios. Revelam que passaram a mentir menos, sobretudo nos casos em que a mentira é escusada. Dizer que estava muito trânsito para justificar um atraso fá-los sentir pior do que revelar a verdadeira razão desse atraso.

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