Duas empresas aeroespaciais portuguesas, a LusoSpace e a Omnidea, participam na construção do satélite europeu Éolo que será lançado para o espaço em 21 de agosto para estudar os ventos da Terra.
A LusoSpace concebeu os dois magnetómetros do satélite que, segundo o diretor-executivo da empresa, Ivo Yves Vieira, “serão os primeiros instrumentos a serem usados a seguir ao lançamento”.
“São elementos muito críticos que devem funcionar na perfeição de modo a dar medidas fiáveis da orientação do satélite e, assim, permitir que estabilize os painéis solares para o Sol e as antenas de comunicação para a Terra”, explicou à Lusa.
Por definição, um magnetómetro é um instrumento que é utilizado para medir a intensidade, a direção e o sentido de campos magnéticos. Com ele, é possível fazer o mapeamento do campo magnético da Terra em detalhe.
A Omnidea produziu e testou as válvulas que asseguram a limpeza da componente ótica do Aladin, o principal instrumento do satélite, adiantou à Lusa o diretor-geral, Nuno Fernandes. O instrumento está equipado com um telescópio e um ‘laser doppler’.
O satélite, batizado com o nome de Éolo, o guardião dos ventos na mitologia grega, será lançado a bordo de um foguetão Vega da base espacial europeia de Kourou, na Guiana Francesa.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), o satélite dispõe de tecnologia ‘laser’ de ponta que irá permitir medir os ventos terrestres e obter informações sobre as nuvens, ao descer aos 30 quilómetros mais baixos da atmosfera.
O engenho irá disparar pulsos de luz ultravioleta (invisível) na atmosfera da Terra, um método considerado inovador para estabelecer o perfil de ventos a partir do espaço.
Os dados recolhidos quase em tempo real vão, de acordo com a ESA, melhorar a compreensão de como a atmosfera funciona, contribuir para a investigação sobre as alterações climáticas e ajudar na previsão meteorológica de fenómenos extremos como furacões ou o El Niño.
Atualmente, a informação sobre os ventos é obtida a partir de balões meteorológicos, instrumentos em terra, aeronaves, rastreamento do movimento das nuvens e instrumentos de satélite que medem o vento próximo da superfície dos oceanos, refere num comunicado a ESA, que esta semana mostrou o Éolo na sala de descontaminação da empresa construtora Airbus, em Toulouse, França.
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