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Sarkozy vê dois caminhos: ou acordo em oportunidade única, ou a queda da Europa

nicolas_sarkozyOu acordo, ou a queda da Europa, sem uma segunda oportunidade. Nicolas Sarkozy, presidente da França, adotou um discurso catastrofista, numa reunião do Partido Popular Europeu, apelando à “coragem”, em nome da Europa, que “está em perigo”. “É agora ou nunca”, diz o presidente francês, que repetiu as ideias partilhadas com Angela Merkel, que defendem novos tratados que apertem o cerco aos países incumpridores.

“Perigo extremo”, “não temos alternativa”, “oportunidade única”, “líderes corajosos” e “obrigatoriedade de acordo” foram algumas expressões utilizadas por Nicolas Sarkozy, que defende uma “refundação da União Europeia”, sob pena de colapso das economias.

Neste encontro entre responsáveis do Partido Popular Europeu, o presidente francês repetiu algumas ideias, num discurso dirigido aos líderes dos países da União Europeia, em vésperas de um Conselho Europeu decisivo.

Segundo Sarzoky, “a Europa está perante uma oportunidade única” para resolver os seus problemas, ultrapassar a crise e definir novas regras que impeçam um cenário de colapso do projeto do euro.

“A Europa está perante uma situação extremamente perigosa: o euro não inspira a confiança que deveria inspirar. Não teremos uma segunda oportunidade. É agora ou nunca”, apontou o líder da França.

Estas palavras surgiram após um encontro entre Sarkozy e Merkel, que definiram um acordo que permita superar os cenários de crises de dívida dos estados-membros, sobretudo nos 17 países que fazem parte da Zona Euro e que partilham a moeda.

Depois de um encontro a dois, definiram como objetivo um novo tratado europeu “concluído até março de 2012”, com o apoio dos 27 estados-membros da UE.

“Pretendemos que, em março de 2012, o acordo entre os 17 membros da Zona Euro esteja concluído, uma vez que é necessário avançar com essas regras o mais rapidamente possível”, sublinhou Angela Merkel.

Esse novo tratado deverá apertar o cerco aos países incumpridores e definir mais rigor nos limites de défice, com medidas punitivas para os estados que afetarem a estabilidade da moeda única.

Merkel e Sarkozy – que chegaram a um “acordo total” entre França e Alemanha, hoje – querem, por outro lado, antecipar para 2012 o novo Mecanismo Europeu de Estabilidade, que estava previsto vigorar apenas a partir de 2013.

De fora deste acordo franco-alemão está a criação de eurobonds, títulos de dívida europeus, o que já havia sido manifestado pelos dois líderes europeus, muito recentemente. “Quem defende os eurobonds ainda não percebeu a crise”, disse.

A chanceler alemã dissera há dias, no parlamento da Alemanha, que a Europa “tem de agir rapidamente” e apontou “regras rígidas para países incumpridores”. No mesmo dia, num comício em Toulon, França, o presidente Nicolas Sarkozy quase repetiu as palavras de Merkel e defendeu “um novo Tratado europeu”.

França e Alemanha traçaram um plano comum e estão de acordo numa outra ideia. “É tempo de agir”, defendem os líderes dos dois países, que pretendem um novo rumo e mudanças significativas, falam a uma só voz e pretendem ditar as regras de uma nova Europa, “refundada”.

Nicolas Sarkozy apontou as mesmas soluções: “A Europa terá de ser repensada e refundada, com urgência. O mundo não vai esperar por nós e se não corrigirmos os nossos erros com a rapidez que se impõe, a História mundial será escrita sem a Europa”, que não pode desperdiçar esta oportunidade e chegar a acordo.

“O objetivo é fazer prevalecer a disciplina, a solidariedade, a responsabilidade dos países, para que se possam prestar contas à população”, sublinhou o chefe de Estado francês. Esta é a visão que Alemanha e França têm da Zona Euro, sustenta Sarkozy, que realça a necessidade de uma “futura reforma dos tratados”.

O objetivo passa por aplicar sanções mais duras para os países incumpridores, numa justiça que se aplique de forma mais célere. Nicolas Sarkozy realça os problemas na Zona Euro, que atravessa “uma crise grave que pode arrastar todos os países da União Europeia, mesmo aqueles que não partilham a moeda.

“O que será da Europa se o euro desaparecer, se o centro económico europeu entrar em colapso? Nada… Defender o euro é defender a Europa”, afirmou o Presidente francês. Sarkozy e Merkel voltaram a reunir-se, para preparar o Conselho Europeu desta sexta-feira, dia 9 de dezembro, em Bruxelas.

Neste almoço em Paris, os dois dirigentes europeus traçaram os planos da Europa que defendem, para proteger a moeda única, numa partilha de ideias que une Alemanha e França incondicionalmente. Agora, Sarkozy exerce pressão sobre os países, para que sigam os passos e ideais de França e Alemanha e se estabeleça um acordo.

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