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São João recusa medicamento a doentes de alto risco, denuncia a Associação SOS Hepatites

hospital sao joaoA Associação SOS Hepatites acusa o Hospital de São João, no Porto, de recusar distribuir medicamentos a doentes com hepatite. Emília Rodrigues admite, ao Porto Canal, que a associação pondera atuar judicialmente contra o Ministério da Saúde.

No Porto existe uma discriminação no acesso a alguns medicamentos, acusa a Associação SOS Hepatites, que cita o exemplo de um tratamento contra a hepatite. A presidente Emília Rodrigues, entrevistada pelo Porto Canal, estabelece esta comparação e admite que a associação pondera atuar judicialmente contra o Ministério da Saúde.

“O fármaco não foi ainda formalmente aprovado pelo Infarmed, mas há uma autorização de de utilização especial que neste momento não está a ser solicitada ao Infarmed. Não podemos permitir que um doente do Hospital de São João não seja tratado e um doente do Santo António seja tratado, por exemplo. Tem que haver igualdade”, exige Emília Rodrigues.

Noutra entrevista, à Renascença, a mesma dirigente precisa que em causa está “uma medicação nova, um inibidor de protéase aprovado” pela Agência Europeia do Medicamento em meados de 2011. “Não está a ser distribuído nos hospitais do norte”, acusa a responsável, reforçando que “a medicação é para doentes cirróticos, portanto de alto risco, em que a maioria, não tendo a medicação, acabará por falecer”.

As denúncias de desigualdades no acesso a medicamentos foram relançadas pelo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que referiu a existência de médicos impedidos de prescrever medicamentos em determinados hospitais, incluindo fármacos para doentes com hepatite C. Emília Rodrigues insiste na denúncia: “há uma ata que diz que a medicação não é adquirida nos hospitais do Norte. Penso que será por uma questão economicista”.

O gabinete do ministro da Saúde, Paulo Macedo, respondeu desconhecer os casos denunciados pelo bastonário, mostrando abertura para estudar as denúncias desde que sejam referidos os hospitais, clínicos e medicamentos em causa. Da parte do Centro Hospitalar do Porto, o presidente do conselho de administração, Sollari Allegro, recusou comentar o caso para o Porto Canal.

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