A Polícia Judiciária desmantelou uma rede que vendia cartas de condução. Por 4000 euros, até um analfabeto ou quem tivesse chumbado num exame anterior conseguia a licença. A cabeça deste ‘polvo’, cujos ‘tentáculos’ chegavam até Aveiro, estava nos centros de Mirandela e Bragança.

Centros de exames de Mirandela e de Bragança estão na cabeça de um ‘polvo’ cujos ‘tentáculos’ se estendiam desde Trás-os-Montes até Aveiro.

De acordo com a notícia avançada pelo Jornal de Notícias, a Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma alegada rede de venda de cartas de condução, que estaria a operar pelo menos desde 2004.

Em julho do ano passado, quando o esquema foi desmantelado pela PJ de Vila Real, o Departamento de Investigação e Ação Penal do Ministério Público do Porto acusou 107 indivíduos e nove empresas (na maioria, escolas de condução) dos crimes de corrupção e falsificação de documentos.

De acordo com os investigadores, a rede vendia a licença para conduzir por 4000 euros, mesmo que fosse a um analfabeto ou a quem já tivesse chumbado num exame anterior.

A rede seria composta, essencialmente, por 36 elementos, cujas funções variavam entre examinadores (ligados aos  centros de Mirandela e de Bragança), donos e funcionários de escolas de condução (em Bragança, Moncorvo, Vila Real, Braga, Viana do Castelo, Porto, Aveiro e Guarda) e angariadores (que estabeleciam os contactos com os interessados em pagar luvas para ter a carta de condução).

Ainda segundo a PJ de Vila Real, uma especialista em informática do Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres também estaria envolvida neste ‘polvo’.