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Samakuva quer processo eleitoral da UNITA sem instabilidade nem fricções

O presidente cessante da UNITA, Isaías Samakuva, desejou hoje que o processo eleitoral para a escolha do novo líder do partido angolano do “Galo Negro” decorra sem instabilidade nem fricções, para que o congresso promova a reconciliação interna.

“Podemos discordar, mas sem contundências nem hostilidades, para não perdermos a capacidade de nos unir”, pediu o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, fundado por Jonas Savimbi há 53 anos.

Isaías Samakuva discursava na abertura do XIII Congresso Ordinário da UNITA, onde será escolhido o seu sucessor, e apelou para que o processo eleitoral não se transforme num fator de instabilidade ou num ambiente de fricção.

O atual presidente que deixa o cargo após 16 anos e quatro mandatos, cedendo a liderança a um dos cinco candidatos que se apresentaram à corrida para ser o terceiro presidente da UNITA: o presidente do grupo parlamentar do partido, Adalberto da Costa Júnior, o vice-presidente, Raul Danda, o porta-voz do partido, Alcides Sakala, o deputado José Pedro Katchiungo e o general Abílio Kamalata Numa.

Dirigindo-se aos 1.150 delegados que vão eleger o novo presidente, Samakuva aconselhou para escolherem “líderes com capacidade de congregar, e não dividir” que sejam “honestos e disciplinados” e que trabalhem “afincadamente em equipa para a conquista do poder do Estado”.

Deixou também recados aos candidatos, lembrando que devem obediência aos estatutos e aos órgãos superiores de direção e frisando que “nenhum candidato é maior do que a UNITA” nem é “o barulho ou o falar mais alto que faz alguém o mais preferido”.

Isaías Samakuva assinalou que o partido realiza o XIII congresso no mesmo ano em que conseguiu fazer a exumação e inumação dos restos mortais de Jonas Savimbi, um ano de “consagração da sua memória” e em que a UNITA “aumentou significativamente o seu valor no mercado político”.

O dirigente afirmou também que há mais gente “a sentir-se atraída à UNITA” e que “os que haviam congelado a sua militância sentem-se motivados a voltar”, pelo que é também tempo de o partido do “Galo Negro” promover a reconciliação interna.

O presidente cessante lembrou que, desde 1966, o partido atravessou momentos de tensão que “nem sempre conduziram a bons desfechos” e considerou que este congresso é “o momento adequado para virar a página que ensombrou” o passado, pedindo que seja tomada “uma posição clara que signifique o virar da página”.

O conclave do “Galo Negro” decorre até sexta-feira no complexo Sovsmo, no município de Viana, em Luanda.

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