Seis mil e 800 euros por dia. António Mexia vai ganhar tanto para presidir à EDP como o futebolista Nico Gaitán ganha no Benfica. E são cada vez mais os deputados que contestam a remuneração proposta pela comissão de vencimentos e aceite pelos acionistas chineses.
Lembra-se quando Ricardinho, o melhor jogador de futsal do mundo, colocou a opinião pública a discutir o salário do futebolista Taarabt? Pois o presidente da EDP, António Mexia, vai ganhar bem mais do que os dois milhões anuais que recebe o marroquino que ‘nem calça’ no Benfica.
De acordo com a informação ontem avançada pelo Negócios, a comissão de vencimentos da elétrica chinesa propôs um aumento da remuneração de Mexia para os 2,5 milhões de euros por ano, o mesmo que Gaitán, o futebolista mais bem pago do Benfica.
São mais 600 mil euros do que o próprio ex-ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (que tutelava o setor da energia) ganhou no ano passado, também na EDP.
Este aumento do salário, justificou a comissão de vencimentos, tem o objetivo de “alinhar a atual política” de remunerações com as praticadas no mercado” da energia a nível internacional, tanto mais que Mexia ganhava “abaixo da média do universo analisado”.
Mas estes 6800 euros por dia, o mesmo que 13 meses de salário mínimo nacional, escandalizou alguns deputados, sobretudo entre a esquerda. Ainda ontem relatámos o comentário de Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda.
Também Tiago Barbosa Ribeiro, deputado eleito pelo PS, criticou publicamente esta “imoralidade”: “Vale a pena lembrar que o milionário Mexia queria pôr os contribuintes a pagar o alargamento da tarifa social de eletricidade que, entre outras coisas, pagariam parte do seu salário”.
