Economia

“Salário de 580, 600 ou mesmo 615 euros não é digno”, diz presidente de associação de empresas

Numa altura em que a concertação social debate os novos desafios no mercado de trabalho, nomeadamente a idade da reforma e os salários, Peter Villax, presidente da Associação das Empresas Familiares, assume que um salário de 580, 600 ou até 615 “não é digno”, apontado para um valor a rondar os “mil euros ou mais”.

Se o Governo aponta para uma meta e os sindicatos pretendem que se vá mais longe, as associações de patrões ‘torcem o nariz’ a certos aumentos naquilo que é tudo uma natural negociação entre várias partes com expectativas variadas.

Peter Villax, presidente da Associação das Empresas Familiares, considera que “precisamos de ter salários dignos”.

“E um salário de 580, 600 ou mesmo 615 euros não é digno”, salienta, em entrevista ao Expresso.

Numa associação que tem mais de três centenas de empresas associadas, entre as quais algumas das que mais empregam em Portugal como o Grupo Mello, a Mota Engil ou o Grupo Luís Simões, Peter Villax salienta que alguns aspetos de produtividade “traduzem-se em baixas margens de comercialização e balanços fracos das empresas”.

Ao Expresso, o presidente da Associação das Empresas Familiares salienta ainda que “para termos salários dignos temos de ter crescimento económico.”

Para o Governo fica também uma recomendação de que é necessário existir “orçamentos a três anos e de estabilidade orçamental, legislativa e fiscal”.

Peter Villax sublinha ainda que “os políticos dizem que querem apoiar os negócios”, porém, “é mentira”.

“Existe em Portugal uma cultura antinegócios muito forte. Histórica. O sucesso é mal visto”, diz, salientando que se deve analisar os dados económicos para que “quem está a ganhar menos passe a ganhar mais porque as empresas produzem e exportam mais”.

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