O Salão Automóvel de Genéve deste ano foi marcado por uma grande aposta dos construtores – sobretudo europeus – em modelos ultra desportivos e bastante exóticos, sendo o expoente máximo o novo Lamborghini Veneno.
A marca do touro, pertença do Grupo Volkswagen desde 1998, parece ter seguido um caminho bem diferente do que o preconizado há tempos atrás, quando lançou o Aventator. Um modelo de 300 mil euros, acessível bastantes milionários em todo o Mundo.
Só que essa receita, aparentemente, não deve ter resultado. Daí, porque não ir em sentido contrário e, na altura dos 50 anos da marca nada melhor que lançar um ultra-desportivo que não deixasse ninguém indiferente, mesmo de noite e com pouca iluminação na rua.
A Lamborghini assume que na conceção do Veneno deu prioridade à aerodinâmica, tirando mesmo alguns ensinamentos da competição, nomeadamente no seu envolvimento nas corridas de GT. Isso é visível nos diversos apêndices que o novo desportivo ostenta, quer nos amplos difusores traseiros, quer nos ‘spoilers’ dianteiros ou na grande escama que cobre o habitáculo do motor.
A conceção deste superdesportivo também tem paralelo aos bólides de competição, uma vez que todo o chassis é produzido em fibra de carbono CFRP, sendo percetível em zonas como a consola ou as soleiras das portas.
Os bancos também são concebidos num compósito patenteado pela marca, que também rever parte do habitáculo dos dois ocupantes e é uma mistura de resina e várias fibras, que aumentam a resistência e permitem um peso muito baixo.
No painel de instrumentos também se nota o apelo à competição, com pormenores agressivos e minimalistas, com destaque para o ‘dashboard’ de fundo amarelo ou os comandos tipo avião caça na consola central.
Depois a exclusividade é garantida pelo preço e também pelo facto de serem prometidos apenas três exemplares deste Lamborghini, que será comercializado pela soma astronómica de 3,5 milhões de euros.
Mecanicamente o Veneno utiliza a mesma plataforma do Aventator, mas está equipado com um motor V12 de 6,5 litros com 750 cv de potência, uma caixa de sete velocidades ISR, cinco modos de condução e tração integral. Isto para além de suspensões ‘pushord’ e amortecedores e molas numa posição quase horizontal, tal e qual encontramos num Fórmula 1 atual.
Daí que o desempenho deste Lamborghini, que pesa apenas 1450 kg, supere ligeiramente as performances do Aventator LP700-4, já que atinge os 355 km7h e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 2,8 segundos.
Apelo aos sentidos
De sentido completamente oposto ao Lamborghini Veneno, o La Ferrari tem o condão de apelar aos sentidos que fazem apreciar a sua beleza estética, sem esquecer que se trata de um superdesportivo, além de herdar alguma tradição de outros modelos da marca de Maranello, como o Enzo, o F40, o F50 ou o F430.
O espírito deste Ferrari vê-se nos objetivos que a marca pretende atingir, uma vez serão produzidos quase cinco centenas de exemplares, a um preço unitário de 1,3 milhões de euros.
Com um aspecto ‘hardtop’, o bonito LaFerrari é também o primeiro modelo de Maranello com tecnologia híbrida Hy-Kers, já que acoplado ao V12 de 6,2 litros – que debita 800 cv – encontra-se um pequeno motor elétrico de 163 cv, permitindo atingir uma potência combinada de 963 cv.
Os mais de 350 km/h, e uma aceleração de 0 a 100 km/h em três segundos, não impedem o La Ferrari de respeitar o ambiente, já que a natureza híbrida da sua unidade motriz lhe permite reduzir as emissões de CO2 para 300 g/km, podendo chegar aos 220 g/km em determinadas condições de utilização.