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Saiba quanto vale a sua identidade no mercado negro da internet

O relatório anual de cibercrime da Secureworks, uma unidade da Dell, traz a público alguns dos valores praticados da ‘deep web’, a parte pouco recomendável da internet. Neste mundo obscuro vende-se de tudo, incluindo cartões de crédito com limites extravagantes e todo o tipo de dados pessoais.

Os peritos da Dell classificam a ‘dark web’ como “uma coleção de fóruns, lojas online e salas de conversação que os cibercriminosos usam para formar alianças, trocarem ferramentas e técnicas e venderem informação que pode incluir dados bancários, elementos de identificação e outros conteúdos”.

E é aqui que o leitor entra ou pode entrar, mesmo que não saiba.

Se algum hacker tiver acedido aos dados do seu cartão de crédito, então essa informação integra um vasto lote de dados bancários que são vendidos a grosso. Fazendo as contas, o seu cartão de crédito, vamos supor que com um limite de 1000 euros, pode custar apenas 10.

“O preço do cartão de crédito, em si, não tem descido”, explica Alex Tilley, um dos principais analistas da Secureworks: “A diferença é que os compradores exigem lotes cada vez maiores”.

Comprando a grosso, as hipóteses de haver um cartão de crédito a permitir a fraude aumenta para os 85 por cento, refere o relatório.

Pelo mesmo preço, cerca de 10 euros, é possível comprar uma ‘identidade’ completa. Trata-se de um conjunto de dados necessários a uma normal compra online, como o email, a morada e até “o nome do meio da mãe”, uma típica pergunta de segurança em alguns países.

Os dados mais valiosos são, porém, os fiscais: não perdem a validade. Os documentos do tipo W-2s incluem todos os dados necessários ao preenchimento de uma declaração de rendimentos às finanças, que podem até incluir o rendimento anual. Os preços variam entre os 40 e os 50 dólares (33 a 42 euros, sensivelmente).

“Tudo tem um preço”, conclui Alex Tilley: “Um único dado pode ser o suficiente para alguém pedir um empréstimo em seu nome”.

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