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Aspirina diária pode evitar alguns cancros, a partir dos 50 anos de idade

aspirina A toma de uma aspirina por dia, a partir dos 50 anos, pode diminuir riscos de cancro do  intestino e do estômago, adianta um estudo realizado na Uiversidade Queen Mary, em Londres. Estima-se que poderiam ser evitadas cem mil mortes, se a aspirina fosse tomada diariamente a partir dos 50 anos. Porém, outras 18 mil seriam perdidas em resultado dos efeitos secundários, como os riscos de sangramento interno. A associação da aspirina à prevenção do cancro não é, no entanto, um dado novo. Diversos estudos apontam no sentido da mesma conclusão.

Segundo um estudo da Universidade Queen Mary, existe uma relação entre a toma da aspirina e a redução de alguns tipos de cancro.

Mas a pesquisa britânica (publicada na revista Annals of Oncology) chega mais além e estima que, se a partir dos 50 anos de idade se tomasse todos os dias uma aspirina, ao longo de 10 anos, seriam evitadas mais de cem mil mortes.

Relativamente aos cancros do intestino, estômago e esófago, os riscos podem ser reduzidos até 40 por cento, num cenário em que o cidadão toma o medicamento todos os dias a partir daquela idade.

Mas outros tipos de cancro (mama, próstata e pulmão) podem ser evitados. Porém, os investigadores ficaram com menos certezas, nestes casos.

Jack Cuzick, coordenador da pesquisa e investigador na Universidade Queen Mary, acredita que os pacientes com cancro poderiam obter benefícios caso tomassem uma aspirina diária.

Esses benefícios só seriam notados, porém, cinco anos após o início deste ‘tratamento’.

Cuzick e a sua equipa fazem ver, no entanto, que o melhor modo de combater o cancro não é tomar o medicamento, mas adotar alguns comportamentos saudáveis, como parar de fumar e reduzir a obesidade.

Os investigadores concluíram também que o medicamento, tomado naquelas quantidades, pode provocar efeitos secundários, sendo o sangramento interno aquele que é considerado o mais grave.

Este estudo sugere também que 18 mil vidas seriam perdidas em resultado deste efeito secundário.

O analgésico mais consumido do mundo já tinha sido associado à prevenção de alguns tipos de cancro, nomeadamente do estômago e do intestino. Nessas pesquisas, apresentou uma redução de riscos estimada em 40 por cento.

Segundo outra pesquisa, tomar uma aspirina por mês pode reduzir em 26 por cento o risco de incidência de cancro do pâncreas. No entanto, os autores do estudo não pretendem encorajar ao consumo desta substância ou de paracetamol.

Os consumidores de aspirina devem ter precauções. Em primeiro lugar, porque o fármaco não deve ser utilizado como forma de prevenir o cancro de pele (nenhum médico o prescreveria para este efeito).

Em segundo lugar, porque a aspirina também pode apresentar efeitos secundários negativos, sangramento e úlceras estomacais.

Recentemente, uma equipa de cientistas do Centro de Evolução e Cancro da Universidade da Califórnia, de São Francisco (EUA), comprovou que os anti-inflamatórios não esteróides, como a conhecida Aspirina, diminuem o risco de cancro.

Através de uma investigação com células do esófago, os cientistas comprovaram que estes medicamentos abrandam a velocidade das mutações somáticas no genoma, um problema de ADN que influencia o crescimento descontrolado das células.

De acordo com o The New York Times, os investigadores acompanharam 13 pessoas com esófago de Barrett (uma doença que danifica as células do esófago, sobretudo através de refluxos gastroesofágicos), com biópsias regulares, ao longo de um período médio de 12 anos.

O estudo demonstrou que o uso de inflamatórios não esteróides proporcionou uma redução de 90 por cento na taxa de mutações.

“Usamos nos humanos as técnicas usadas para medir a taxa de mutação de vírus como o HIV. Medimos pedaços inteiros de cromossomas que estão a ser removidos ou copiados”, explicou Carlo Maleyo, diretor do Centro de Evolução e Cancro e principal autor do estudo.

A escolha de pacientes com esófago de Barrett não foi inocente: os danos provocados tornam as células do esófago pré-cancerosas.

Contudo, Carlo Maleyo adianta que a população estudada era limitada e que é urgente realizar um novo ensaio, mas com mais pacientes.

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