Sabia que há um homem que vive sem 90 por cento do cérebro?

Um homem, pai de dois filhos, tem uma vida completamente normal. Os cientistas estão loucos para saber como é que ele ainda está vivo, pois falta-lhe 90 por cento do cérebro!

O caso não é novo, mas continua a ressurgir em conferências e seminários científicos. Como é que é possível um homem viver sem ter 90 por cento do cérebro?

Há um francês que não só o consegue como ainda é pai de dois filhos e continua a manter “uma vida perfeitamente normal”, mesmo que os investigadores não saibam explicar como é que o homem tem consciência do que o rodeia.

Foi há nove anos que o caso foi abordado pela primeira vez numa publicação científica, o The Lancet. E desde então os cientistas continuam sem saber explicar ao homem, que tinha 44 anos à data (e cuja identidade continua secreta, por motivos óbvios…), como é que viveu mais de 30 anos com apenas dez por cento do cérebro.

Curiosamente, foi o próprio homem quem decidiu consultar os médicos por sentir “uma fraqueza” na perna esquerda.

Os exames à cabeça deixaram os peritos boquiabertos: o espaço do cérebro estava quase todo preenchido por um líquido (uma doença que tem o nome de hidrocefalia), restando apenas uma camada (dez por cento) de tecido cerebral…

A hidrocefalia foi diagnosticada aos 11 anos, sendo tratada com um dreno, retirado quando o francês tinha 14 anos. O cérebro, acreditam os investigadores, começou a ‘dissolver-se’ desde então.

O que mais intriga os médicos é como é que este homem consegue ter uma família (mulher e dois filhos), um emprego (na construção civil) e toda uma “vida normal”.

“Não há nada que explique como é que uma pessoa que perdeu 90 por cento dos neurónios consegue exibir um comportamento normal”, resume Axel Cleeremans, psicólogo cognitivo da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica.