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Sabe quantos milhões de bactérias partilha num beijo de 10 segundos?

beijoHoje, assinala-se o Dia do Beijo, motivo suficiente para se refletir sobre esta forma de manifestação de amor. Mas o beijo é mais do que amor, para o bem e para o mal.

A 13 de abril assinala-se o Dia do Beijo, celebração internacional, cujas origens remontam a meados de 1880, ainda que não haja evidências sobre os primórdios da celebração. E que tal refletir sobre o beijo?

Comecemos pela ciência. Um estudo de cientistas holandeses revela que um beijo na boca leva à transmissão de 80 milhões de bactérias, de entre as mais de 700 espécies. E bastam 10 segundos.

Mas não coloque as mãos na cabeça. É que estes microrganismos são um bom agente para o fortalecimento do sistema imunológico. Logo, há mais boas razões para um beijo, garantem os investigadores da Netherlands Organisation for Applied Scientific Research.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas estudaram 21 casais e a microflora da boca de cada um deles. Depois, os casais foram submetidos a um inquérito, que determinou o número de vezes que se beijam, por dia.

O terceiro passo foi comparar a composição bacteriana dos casais, associando-a à quantidade de beijos que trocam.

Os casais que costumam beijar-se em média nove vezes por dia apresentam uma quantidade de bactérias muito semelhante, segundo este estudo.

A razão para a elevada quantidade de bactérias que são partilhadas entre homem e mulher prende-se com o contacto dos lábios, naturalmente, mas acima de tudo pela troca de saliva que ocorre nos beijos mais íntimos, que envolvem a língua.

E só o ser humano beija?

O beijo não é exclusivo do Homem e diversos animais (inclusive aves ou peixes) manifestam a sua forte ligação sentimental deste modo. No entanto, só no caso dos humanos há envolvimento da língua e troca de saliva em quantidade relevante.

E quando obrigamos os nossos filhos a cumprimentar os nossos amigos (que são estranhos deles) com um beijo? Estamos a proceder bem?

A questão foi levantada pela escritora colombiana Ana Hanssen e aprofundada pela psicóloga Elena Domínguez, especialista em inteligência emocional.

Aconselha o seu filho ou filha a não ter intimidade com estranhos, certo? Então, porque o obriga a dar um beijo a um seu conhecido, que é desconhecido dele? Elena Domínguez, psicóloga e especialista em inteligência emocional, defende que não devemos coagir as crianças a este tipo de intimidade, quando os apresentamos a alguém.

Devemos ou não pedir (exigir, na realidade) aos nossos filhos que beijem uma pessoa que é da nossa confiança, mas que, aos olhos dos menores, é um desconhecido (tão desconhecido como aquela pessoa abstrata com a qual não queremos que ele conceda confiança)?

Ana Hanssen aponta diversos motivos para não coagirmos as crianças a beijar. Desde logo o respeito pela opção da criança: deve ser ela a decidir de que forma pretende mostrar afeto.

Em segundo lugar, salienta a escritora, um beijo é uma intimidade que as crianças concedem a um grupo restrito de pessoas – pais, avós, irmãos e apenas alguns familiares.

A escritora colombiana aponta uma terceira razão, mais polémica. Segundo salienta, há estudos que comprovam que as crianças obrigadas a beijar estão mais propensas a abusos sexuais.

Sim, hoje é o Dia do Beijo. E falar de beijo não é apenas falar de amor.

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