Economia

Sabe o que é a “espanholização” do sistema bancário? Leia o aviso de Louçã

novo bancoEntre críticas ao governador do Banco de Portugal, o economista Francisco Louçã alertou para o “risco da espanholização do sistema bancário português” com a venda do Novo Banco. O Banif foi apenas uma amostra, com o Santander a ganhar “um concurso totalmente viciado”.

A banca nacional está sob ameaça, avisou Francisco Louçã, economista, fundador do Bloco de Esquerda e conselheiro de Estado.

Depois de uma entrevista à Lusa que serviu para arrasar Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, Francisco Louçã veio agora alertar para o “risco da espanholização do sistema bancário português”.

E o que é, afinal, a “espanholização” da banca nacional? É rebaixar os bancos portugueses a ‘regionais’ num mercado ibérico dominado pelo Santander, o mesmo banco que comprou o Banif. E o passo seguinte, antecipou, é a venda do antigo BES, agora Novo Banco.

“O BCE quer o Santander como banco europeu de referência para a Península Ibérica”, garantiu Louçã, ao Público, preocupado com a “situação terrível de dependência” para a “integração económica à escala europeia”.

Na entrevista à Lusa, o conselheiro de Estado tratou mesmo a aquisição do Banif como “um concurso totalmente viciado”, com o ‘patrocínio’ do Banco Central Europeu. A prova? “O acordo é uma prova exuberante desta violência institucional”, afirmou.

“O Santander aliás não o escondeu, veio declarar nas contas em que 20 dias tinha feito 280 milhões de euros de lucro”, acrescentou Louçã, responsabilizando “a ação política do BCE e da Comissão Europeia”.

Mas Carlos Costa também teve culpa e não foi pouca, segundo o antigo líder do Bloco de Esquerda. O governador do Banco de Portugal foi mesmo descrito como “um perigo para Portugal”.

“Creio que este governador demonstrou uma impreparação técnica, uma vulnerabilidade a pressões externas e uma incapacidade de consolidar o sistema bancário com o sistema de confiança para os depositantes que o torna um perigo para Portugal”, argumentou Francisco Louçã.

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