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Rússia define a NATO como “a maior ameaça militar” na Europa de Leste

A NATO anunciou que vai colocar tropas na Europa de Leste, o que foi considerado como “uma ameaça” pela Rússia. Lembrando que “a fiabilidade dos parceiros do Ocidente é uma coisa temporária”, o Kremlim redefine a estratégia militar para travar “a expansão da aliança atlântica”.

A Rússia responde com linguagem bélica ao discurso bélico da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla internacional). Depois de Anders Fogh Rasmussen, o secretário-geral da aliança atlântica, ter anunciado a criação de uma força de reação rápida para a Europa de Leste (leia-se Ucrânia), a Rússia colocou a NATO como uma possível “ameaça militar”.

“Não tenho dúvidas de que a ocupação das nossas fronteiras pela infraestrutura militar da NATO, através da expansão da aliança, vai continuar a figurar entre as maiores ameaças militares à Federação Russa”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Mikhail Popov, numa entrevista à agência estatal RIA Novosti.

Em causa está a guerra civil ucraniana, embora nenhum dos dois grandes blocos o assuma. A NATO, através dos EUA e da União Europeia, tem aumentado a influência sobre a Ucrânia para evitar eventuais especulações russas no abastecimento de energia, tanto mais que o gás natural que serve a Europa atravessa o território russo.

O problema é que a Rússia não tolera perder a influência sobre a Ucrânia, o antigo ‘celeiro’ da União Soviética.

Tanto assim é que ainda na semana passada o Presidente russo, Vladimir Putin, lembrou que a Rússia “podia tomar Kiev em duas semanas”. O comentário surgiu depois da Ucrânia insistir na tese da invasão russa, com Putin a deixar subentender que, se quisesse mesmo, a anexação da Ucrânia seria um conflito de poucos dias.

O anúncio da nova estratégia militar russa consolida o cada vez maior afastamento entre a potência euroasiática e o bloco atlântico, sobretudo após a suspensão das conversações entre embaixadores em abril, na sequência da independência da Crimeia e posterior adesão desta península à Federação Russa.

Este afastamento é já considerado pelos especialistas geopolíticos como o maior das últimas duas décadas, pondo em causa todo o trabalho conjunto do Conselho NATO-Rússia. Uma prova é que a mensagem mais recente da conta deste Conselho no Twitter data de 28 de janeiro.

“A vida mostra-nos que a fiabilidade dos nossos parceiros do Ocidente é uma coisa temporária, e está, infelizmente, intimamente relacionada com a situação política”, argumentou Popov.

O vice-presidente do Conselho de Segurança revelou ainda que a mudança na estratégia militar passa por aumentar “a independência da Rússia na produção de armas, equipamento e outro tipo de material militar”.

Desde 2010, numa altura em que o Presidente era o atual primeiro-ministro, Dmitri Medvedev (uma troca de um mandato para Putin contornar uma proibição constitucional), que a Rússia assumira uma estratégia militar “estritamente defensiva”.

De então para cá, o país tem procedido a “ajustamentos motivados por ameaças e desafios reais enfrentados pela Rússia”, elevados agora ao máximo com a intenção da NATO em colocar tropas junto às fronteiras russas.

Na entrevista à agência estatal, Mikhail Popov lembrou essas contradições da aliança atlântica: “em 2010, vários responsáveis de primeira linha acusaram os líderes do nosso país de terem um pensamento ultrapassado. Alegaram que a NATO não é um inimigo da Rússia e garantiram-nos que tinham boas intenções. As movimentações nos últimos anos sugerem algo completamente diferente”.

Ao mesmo tempo, outra figura do Kremlin acusou Durão Barroso de violar a confidencialidade das conversas que tem mantido com Putin, assegurando que foi o português a revelar ao italiano La Repubblica a polémica afirmação do Presidente russo: “se eu quisesse, tomaria Kiev em duas semanas”.

Iuri Ushakov, conselheiro de Putin, acusou Barroso de ter “deturpado” as afirmações de Putin quando as expôs no Conselho Europeu de sábado: “isso não se faz e não está de acordo com a prática da diplomacia. Não é apropriado para uma figura política séria”.

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