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Rússia critica caráter unilateral da reunião dos “Amigos da Síria”

siriaA Rússia não gostou de ser excluída do palco onde se decide a saída do conflito sírio. A reunião dos “Amigos da Síria”, realizada em Istambul, contraria “os objetivos da solução pacífica do conflito” por se tratar duma ingerência externa e por ignorar “o programa proposto por Kofi Annan”.

A Rússia ergueu a voz para protestar contra a reunião dos “Amigos da Síria”, realizada na Turquia e na qual não esteve presente qualquer responsável sírio. “Infelizmente, o encontro de Istambul manteve o seu caráter unilateral e aí não estiveram representados nem o governo da Síria, nem muitos grupos influentes da oposição política”, lamentou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

A Rússia lamentou que um grupo de países, com os EUA à cabeça, corram o risco de acentuar o clima de guerra civil ao tentarem resolver unilateralmente o problema. “Agora, é necessário não atiçar a guerra entre os sírios, mas, como prevê o plano de Kofi Annan, conseguir e garantir um cessar fogo rápido e o fim da violência por todas as partes, organizar um amplo diálogo que encontre soluções que satisfaçam todos os sírios”, acrescentou Zakharova.

A diplomata reforçou que “a principal direção da normalização pacífica do conflito interno extremamente complexo na Síria continua a ser a realização do programa proposto por Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe”, tanto mais que o mesmo foi “aprovado pela Rússia e todos os membros do Conselho de Segurança da ONU”.

A Rússia alega que a reunião na Turquia ignorou por completo a solução proposta pelo antigo secretário-geral da ONU: “as declarações e intenções sobre o apoio direto, nomeadamente militar e logístico, à oposição externa armada contradizem, sem dúvida, as tarefas da solução pacífica do conflito civil na Síria”.

“Consideramos que só nisso consiste a defesa do povo sírio, de que tanto se falou em Istambul. Só assim se pode garantir o direito do povo sírio a definir o seu destino e eleger os seus dirigentes sem ingerência externa”, complementou Zakharova.

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