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Rússia acusa BBC de propagar ideias do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico

As autoridades russas acusaram hoje a BBC de propagar as ideias do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) e indicaram que examinam os seus programas “em permanência”, num contexto de fortes tensões entre Moscovo e Londres.

“Foi identificado conteúdo que propaga as perspetivas ideológicas de organizações terroristas” no ‘site’ russo da BBC, indicou em comunicado a entidade russa reguladora dos media Roskomnadzor, precisando tratar-se de “citações” do líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi.

“Estão a decorrer avaliações para verificar se o conteúdo respeita as normas da lei russa contra o extremismo”, acrescenta o Roskomnadzor no âmbito do inquérito já iniciado.

O EI está banido na Rússia, e os media devem referir esta decisão sempre que se referem à organização.

No final de dezembro, a entidade de vigilância dos media tinha anunciado o início de controlos sobre as atividades na Rússia da cadeia televisiva BBC World News e de ‘sites’ da BBC na internet, em resposta às declarações do regulador britânico do audiovisual que acusou a cadeia de informação russa RT de ter desrespeitado as regras da imparcialidade.

A BBC World News é a cadeia de informação em inglês da BBC sobre a atualidade internacional. O serviço em língua russa da BBC existe apenas na internet.

“O Roskomnadzor vigia em permanência os programas da BBC World News difundidos na Rússia”, indiciou hoje o regulador russo.

O organismo precisou que os controlos serão efetuados entre 14 e 31 de janeiro para verificar se o difusor da BBC World News em russo respeita a regulamentação audiovisual.

Em paralelo, o Roskomnadzor forneceu à BBC um prazo até quarta-feira para lhe fornecer documentos que confirmem o respeito pela lei russa que limita a participação de entidades estrangeiras no capital dos media difundidos na Rússia.

Em dezembro, o Kremlin evocou o “caráter parcial da cobertura” da BBC em diversos acontecimentos, em particular os relacionados com a situação na Síria e a política interna russa.

Estas declarações surgem na sequência das posições do regulador britânico Ofcom, que acusou a RT de transgredir as regras da imparcialidade durante a sua cobertura do envenenamento em março de 2018 no sul de Inglaterra do ex-agente duplo russo Serguei Skripal.

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