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Rui Rio a líder do PSD? “Não estou para aí virado”

rui rioSó “circunstâncias especiais” podem levar Rui Rio a avançar para a liderança do PSD. “Não tenho fortuna de família, tenho de trabalhar”, explicou-se o ex-autarca do Porto, comentando a situação política do país: “temos menos democracia do que num passado recente”.

Rui Rio não está “virado” para ser líder do PSD. Ontem, em entrevista à TVI, o ex-presidente da Câmara do Porto rejeitou a possibilidade de desafiar Pedro Passos Coelho, apesar das pressões de várias figuras dentro do partido. “Não estou para aí virado”, nem para a Presidência da República, respondeu: “acho que não vou estar para aí virado nunca, a não ser em circunstâncias especiais”.

O não-avanço de Rui Rio surge um dia depois de ter explicado que precisa de “trabalhar”. “Não tenho de ter grandes preocupações em ter muito cuidado com as palavras. Não sou candidato a nada. Tenho uma liberdade para poder meter o dedo na ferida, como acho que deve ser posto”, afirmou, durante uma conferência realizada em Leiria na segunda-feira à noite.

“Não tenho fortuna de família. Tenho de trabalhar e é isso que eu quero. A minha preocupação é essa”, reforçou o ex-autarca, desvalorizando os apelos de figuras como António Capucho: “não sei se o PSD está à minha espera ou não”. “Não fazia sentido nenhum alguém dentro do PSD vir agora perturbar” as decisões de um Governo liderado pelos ‘laranjas’, acrescentou.

Na conferência em Leiria, Rui Rio salientou que “hoje temos menos democracia do que tínhamos num passado recente” e que a situação só poderá ser corrigida com um pacto de regime. “Cabe ao Presidente da República um entendimento, mas acho que também pode caber a um líder, do PS ou PSD. Se não for nenhum deles, pode ser o Presidente da República, mas é preciso que todos queiram”, sustentou.

“Não vejo hipóteses nenhumas de sair desta crise política (e não económica) sem um entendimento entre os partidos do regime”, continuou: “aqueles que são os filhos da democracia têm obrigação de cuidar do pai e da mãe. Não podemos pedir esta tarefa a um partido da maioria apenas, mas a todos os que foram eleitos, sobretudo ao PS e PSD”.

O problema, no entender do ex-presidente da Câmara do Porto, é que os partidos são “razoavelmente incoerentes e estão muito desacreditados”: “temos um forte enfraquecimento e contínuo da qualidade dos agentes políticos. As pessoas que hoje estão disponíveis para a política, na sua maioria, não na totalidade, são de qualidade mais fraca do que há 20, 30 ou 40 anos”.

“Vamos num caminho para o abismo”, alertou Rui Rio.

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