Rui Pinto lança nova ofensiva contra o Benfica
O criador do Football Leaks acusa Benfica de oferecer bilhetes a um ministro, ao mesmo tempo que Portugal enviava um pedido às autoridades húngaras para alargar o mandado de detenção europeu. “Não é uma coincidência”, diz. O Benfica “é como um polvo de influência”.
Rui Pinto acusou o Benfica de exercer pressões sobre governantes húngaros, quando o ‘hacker’ português estava em prisão preventiva e as autoridades portuguesas tentavam alargar o mandado de detenção europeu.
“Ao mesmo tempo que as autoridades portuguesas enviavam um pedido às autoridades húngaras para alargar o meu mandado de detenção europeu, o ministro dos Negócios Estrangeiros [Péter Szijjártó] da Hungria recebeu dois bilhetes VIP para jogos do Benfica e teve encontros no estádio do Benfica. Isto é o Benfica”, acusou, numa entrevista concedida à revista Der Spiegel, cedida ao Expresso e publicada nesta quarta-feira.
E a oferta de bilhetes por parte de clube da Luz “não é uma coincidência”. Para Rui Pinto, “o Benfica foi uma das partes mais interessadas no alargamento do mandado de detenção europeu”.
“Depois da publicação de e-mails do Benfica, todos começaram a perceber que o modus operandi dos seus dirigentes era alargar a influência, muitas vezes por cortesia, para alcançar os seus objetivos”, acusa.
“Ficará sempre uma nuvem de suspeição sobre o alargamento do mandado europeu de detenção”, realçou ainda.
Rui Pinto adota um discurso duro, com o clube da Luz como visado. “Pensam que dominam o país. Mas acabou, porque as pessoas começam a abrir os olhos”, disse.
Para Rui Pinto, cujo julgamento arranca na sexta-feira, o Benfica “é como um polvo de influência”.
Sobre o julgamento que arranca na sexta-feira, e que sentará Rui Pinto no banco dos réus, considera que “será algo do tipo David contra Golias”.
“Seremos eu e os meus advogados contra os interesses poderosos e obscuros da sociedade portuguesa”, lamenta.
