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Rui Pinto aguarda decisão sobre extradição em prisão domiciliária na Hungria

O português Rui Pinto, o alegado ‘hacker’ que terá acedido ilegalmente aos e-mails do Benfica, detido na quarta-feira, em Budapeste, ficou hoje em prisão domiciliária, após ter sido presente a um juiz, disse à Lusa um dos seus advogados.

Francisco Teixeira da Mota considerou a decisão do juiz “um aspeto positivo”, acrescentando que o seu constituinte vai ficar a aguardar, sujeito a esta medida de coação, o “desenrolar do processo de extradição para Portugal”, ao qual a defesa de Rui Pinto já se opôs.

Rui Pinto foi hoje ouvido em interrogatório judicial na capital húngara, após a detenção, na quarta-feira, na sequência de um mandado de detenção europeu.

Na quarta-feira, sem nunca confirmar o nome do suspeito, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um cidadão português, em Budapeste, numa ação em cooperação com a congénere húngara, mas fonte policial confirmou à Lusa tratar-se de Rui Pinto.

Em comunicado, divulgado na quinta-feira, os advogados de Rui Pinto assinalam que o seu cliente “tornou-se num importante denunciante europeu no âmbito dos chamados ‘Football Leaks'”, acrescentando que “muitas revelações feitas ao abrigo destas partilhas de informação estiveram na origem da publicação, durante vários anos, de notícias que deram lugar à abertura de muitas investigações em França e noutros países europeus”.

O diretor da Unidade de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, Carlos Cabreiro, disse ser “prematuro” associar o suspeito a crimes cometidos contra algumas instituições desportivas, como o Benfica, FC Porto, Sporting ou a Doyen, embora tenha adiantado que o mesmo “é detido por tentativa de extorsão, acesso ilegítimo e exfiltração de dados de algumas instituições, inclusive do próprio Estado”.

“Agora, seguir-se-ão os trâmites normais de transferência de detidos quando ocorrem no âmbito de um mandado de detenção. A extradição para Portugal acontecerá dentro de um prazo razoável, entre três semanas a um mês”, transmitiu o diretor da UNC3T.

De acordo com Carlos Cabreiro, o alegado ‘hacker’ pode incorrer numa pena de prisão “até 10 anos”, embora “haja várias penas associadas aos vários tipos de crime”.

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