Cultura

RTP vai lançar 13 telefilmes baseados em 13 contos adaptados por 13 realizadores

Treze contos de autores portugueses dos últimos dois séculos vão ser transformados em telefilmes por treze realizadores diferentes, num projeto da RTP e da Marginal Filmes, que se estreia no final do primeiro trimestre de 2020.

Por isso se chama “Projeto Trezes” esta visão cinematográfica que 13 realizadores contemporâneos têm da literatura contista, através da adaptação de 13 contos de 13 escritores portugueses, revelou hoje o diretor de programas da RTP1, José Fragoso.

“O objetivo é passar para telefilmes um conjunto de contos portugueses, uns clássicos outros contemporâneos, que fazem parte do nosso património literário”, disse, em declarações à Lusa, destacando o “lado inovador” do projeto, que conta com um realizador e um elenco totalmente diferentes para cada um dos telefilmes.

Para o diretor de programas, este projeto “tem um valor muito importante” e é “muito gratificante”, porque é raro haver telefilmes: “há telenovelas, estamos a fazer séries com muita regularidade, estamos no cinema, e o telefilme é um género muito pouco praticado na televisão”.

Uma das vantagens dos telefilmes é a possibilidade de contar uma história de uma única vez, porque não tem continuidade e cada um é uma peça única, visão própria de cada realizador sobre a história à qual “vão dar corpo e alma”.

O projeto está em desenvolvimento “há quase um ano”, os três primeiros já estão feitos e “são de grande qualidade”, afirmou o responsável, acrescentando que as equipas estão a gravar com regularidade, o que permite antever a estreia dos telefilmes na RTP1 em finais do primeiro trimestre de 2020, embora não esteja ainda definida a periodicidade de transmissão.

Os primeiros três contos são do século XIX: “A Abóbada”, de Alexandre Herculano (1810-1877), realizado por Cláudia Clemente, “O tesouro”, de Eça de Queiroz (1845-1900), com realização de Carlos Coelho da Silva, e “O sítio da mulher morta”, de Manuel Teixeira-Gomes (1860-1941), dirigido por José Carlos de Oliveira.

Seguir-se-ão “Um jantar muito original”, da autoria do pseudónimo Alexander Search de Fernando Pessoa (1888-1935), realizado por Leandro Ferreira, “Fronteira”, de Miguel Torga (1907-1995), cuja adaptação fica a cargo do realizador João Cayatte, e “O ódio das vilas”, um conto de Manuel da Fonseca (1911-1993), que António da Cunha Telles adaptará.

“O rapaz do tambor”, de Fernando Namora (1919-1989), o conto popular “A pereira da tia Miséria”, “O lavagante”, de José Cardoso Pires (1925-1998), e “Uma vida toda empatada” de Mário de Carvalho, são as adaptações que se seguem, respetivamente a cargo dos realizadores Filipe Henriques, Marie Brand, António-Pedro Vasconcelos e Tiago de Carvalho.

A terminar os 13, contam-se ainda o conto de Lídia Jorge “Miss beijo”, realizado por Nuno Rocha, “As cinzas da mãe”, de Cristina Norton, com realização de José Farinha, e “A morte do super-homem”, de Rui Zink, dirigido por João Teixeira.

Segundo José Fragoso, é fundamental que este projeto “seja original no ponto de partida, mas que tenha um lado motivador para que outros projetos do género possam existir no futuro, porque é uma solução em termos televisivos que permite uma programação muito flexível”.

“Não há uma continuidade das histórias, podemos pôr um por mês ou por semana, e com isto estamos a dar relevo a histórias escritas por autores portugueses, depois trabalhadas por equipas de produção ligadas à ficção nacional com grandes atores também envolvidos e, claro, grandes realizadores de relevo no nosso panorama audiovisual”, afirmou.

Os argumentistas que escreveram as adaptações dos contos para televisão são Pedro Marta Santos, Patrícia Muller, Miguel Simal e Leandro Ferreira.

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