Nas Notícias

RTP: Grupo Newshold tem interesse e dinheiro, Passos Coelho regista e fica em silêncio

rtpO grupo Newshold afirmou ter interesse na RTP e dinheiro para investir, apesar de eventuais comentários “xenófobos” por ser angolano. O primeiro-ministro soube da “manifestação de interesse”, admitiu que “fica resgistada” e recusou-se a comentar o assunto.

A privatização (total ou parcial) ou concessão da RTP tem um interessado declarado: o grupo Newshold, de capitais angolanos e que já detém, em Portugal, o semanário Sol e uma participação qualificada na Cofina (grupo que engloba Correio da Manhã, Record e Jornal de Negócios, entre outros títulos).

“É chegado o momento da Newshold afirmar, para que não restem quaisquer dúvidas, que, na hipótese da solução a definir pelo Governo português para a privatização ou concessão da RTP se revelar um negócio interessante para as partes, a Newshold tem disponibilidade e meios para, isoladamente ou em parceria, apresentar uma candidatura séria com vista a assegurar e garantir a implementação de um projecto verdadeiramente sólido e independente para a RTP”, adiantou o Conselho de Administração do grupo, por comunicado.

A notícia já chegou a Bruxelas, onde o primeiro-ministro, Passos Coelho, se encontra para uma cimeira de líderes da União Europeia. A “manifestação de interesse” da Newshold “fica registada”, assegurou Passos Coelho, mas mais não disse porque, sustentou, é “completamente prematuro” discutir o assunto enquanto o Governo não terminar o dossiê de concessão ou privatização.

“Condições únicas”

“O Governo ficou até ao final deste ano de apresentar os termos em que proporá ao próprio Conselho de Ministros a resolução da questão da RTP. Na altura em que essa matéria for esclarecida, então saberemos o que é que os grupos privados, sejam eles de origem portuguesa ou com outras origens, poderão ter como expetativa”, reforçou o primeiro-ministro.

No comunicado, o Newshold acrescentou que a hipótese “não será alterada por quaisquer afirmações de cariz xenófobo, nem tão pouco por processos de intenção ou teorias da conspiração”, apesar da “recente onda de notícias e opiniões difamatórias” sobre o grupo e os acionistas, que a Newshold afirma terem dupla nacionalidade: angolana e portuguesa.

“O facto de não ter compromissos nem dívidas para com quaisquer ideologias, regimes ou financiadores externos permite reunir condições únicas para ser completamente independente, com plenas condições para se concentrar única e exclusivamente na qualidade, no rigor e na liberdade de trabalho dos seus profissionais e dos títulos que detém, prosseguindo o objetivo único de servir o público e de ser referência no mercado da comunicação social em Portugal e em todo o mundo lusófono”, complementa a administração, no comunicado.

Em destaque

Subir