Uma pesquisa da Universidade de Glasgow associa o consumo de chá preto aos riscos de desenvolver cancro da próstata. Participaram no trabalho 6016 homens, durante 37 anos, sendo que aqueles que tinham por hábito beber aquele tipo de chá em quantidades elevadas viram aumentadas as probabilidades em 50 por cento.
Ao longo de quase quatro décadas, 6016 homens com idades entre os 21 e 75 anos participaram neste estudo da Universidade de Glasgow (Escócia), que permitiu fazer uma associação entre o consumo de chá preto e os riscos que este hábito acarreta no desenvolvimento de cancro da próstata.
E esses perigos foram quantificados, graças a este trabalho, que aponta um aumento de 50 por cento das probabilidades de padecer daquele tipo de cancro nos homens que bebem chá preto de modo recorrente, em contraponto com outros que dispensam aquela bebida.
O estudo, divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, na sua edição online, serve de alerta, sobretudo, para os países britânicos, onde o consumo de chá preto é habitual, sendo que há homens que bebem até dez chávenas por dia.
Assim, este grupo de consumidores enfrenta um risco muito superior. Mais do que sete chávenas diárias equivale a um aumento significativo das hipóteses de padecer de cancro da próstata.
O trabalho da Universidade de Glasgow permite chegar à origem de um problema para o combater: na Escócia, o tipo de cancro mais comum nos homens é precisamente o cancro da próstata. Esse dado está diretamente associado aos hábitos locais – precisamente, beber chá preto.
Acresce a este facto outro indicador preocupante, que este estudo permite reverter: entre os anos 2000 e 2010, houve um aumento de 7,4 por cento de casos de cancro da próstata na Escócia.
Desde 1970 que a Universidade de Glasgow vem monitorizando os hábitos daqueles 6016 homens, que se voluntariaram para participar no estudo. Foram realizados questionários, sobre hábitos alimentares e consumos de chá preto, outro tipo de chá, café, bebidas alcoólicas e cigarros. Os dados relativos à saúde dos homens que participaram no estudo também foram acompanhados.
Cerca de um quarto dos participantes no estudo era consumidor de grande quantidade de chá preto. Desses, 6,4 por cento desenvolveu cancro na próstata, dentro daquele intervalo de 37 anos.
O investigador Kashif Shafique, responsável pela orientação do trabalho, realça que estudos anteriores já tinham sugerido que havia uma relação entre o consumo daquele chá e o cancro da próstata, sendo que a pesquisa realizada permitiu chegar a estas e outras conclusões.
Os maiores consumidores de chá têm menos obesidade e melhores níveis de colesterol, uma vez que tendem a consumir menos bebidas alcoólicas. Mas o chá preto pode ser um factor de risco.
