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Risco de Alzheimer é menor se tomar mais café diariamente

alzheimer2A propósito do ‘Dia Mundial da Pessoa com Alzheimer’, comemorado hoje, alguns estudos recentes revelam que três ou mais cafés diários podem prevenir, ou retardar, a doença.

A perda progressiva de memória é o principal sintoma desta doença neurodegenerativa, afetando sobretudo pessoas com mais de 60 anos, como a cura é ainda desconhecida, a prevenção tem sido um grande foco dos cientistas. Na Europa, 1,4 milhões de cidadãos europeus desenvolvem demência, o que corresponde a um novo caso por cada 24 segundos que passam.

O envelhecimento generalizado no continente europeu, sendo este o principal fator de risco para o desenvolvimento de demência, leva os cientistas a prever a duplicação dos atuais números até 2040. Em Portugal, existem cerca de 153 mil casos de demência, dos quais 90 mil são pessoas com a doença de Alzheimer, cerca de 12 por cento da população com mais de 65 anos. À semelhança do que se passa na Europa, em Portugal o envelhecimento proporcionará a incidência crescente da doença no país.

O estudo publicado no ‘Journal of Alzheimer’s Disease’ teve uma duração de quatro anos, e foram investigadas 124 pessoas entre os 65 e 88 anos, com MCI (Mild Cognitive Impairment), a designação científica para perda de memória leve. A conclusão da investigação revela que o café reduz o risco de demência ou, pelo menos, o aparecimento é tardio. Menciona o estudo que as pessoas que desenvolvem a doença precocemente têm níveis de cafeína 51 por cento mais baixos.

Rodrigo Cunha, do Centro de Neurociências da Faculdade de Medicina de Coimbra, em declarações à rádio Renascença, explicou que “aparentemente, quem bebe mais café tem uma menor sustentabilidade de vir a desenvolver este tipo de problemas demenciais”. O especialista acrescentou ainda que “os locais no nosso cérebro onde atua a cafeína para nos dar este benefício, aparentemente, são distintos em diferentes pessoas. Portanto, a dose ideal de café terá de ser otimizada, indivíduo a indivíduo, na certeza de que há pessoas que são intolerantes ao consumo de café” referiu.

Rodrigo Cunha aborda o estudo americano explicando “a presença de níveis mais elevados de cafeína no sangue de um indivíduo (significando que consome mais café) aparentemente atrasa o desenvolvimento de uma situação pré-demencial – a que se dá o nome de défice cognitivo ligeiro – para o estabelecimento de uma doença de Alzheimer mais gravosa”. Por isso, o consumo de 3 a 4 cafés diários surge como medida preventiva, adiando a perda de capacidades cognitivas adiada, cerca de 2 a 4 anos, proporcionando melhor qualidade de vida no doente e familiares.

Para além do café, o exercício físico e da mente também ajudam a prevenir a doença neurodegenerativa. É neste sentido que Rodrigo Cunha, do Centro de Neurociências da Faculdade de Medicina de Coimbra, explica que “Uma vida ativa do ponto de vista de utilização de capacidades cognitivas; aprender, interessar-se; a motivação, a atenção por vários problemas que estão à volta”, contudo as pessoas devem estar atentas a fatores que podem contribuir para o aparecimento da demência como, por exemplo, a diabetes.

As pequenas perdas de memória podem ser um sinal, no entanto, só deve consultar o médico se houver um eventual aumento dos episódios de esquecimento. O facto de não saber onde deixou as chaves ou o carro não é necessariamente uma situação de demência mas, quando se torna frequente, pode ser um sinal de aviso.

No dia em que se assinala o ‘Dia Mundial das Pessoas com Alzheimer’ existem muitas atividades levadas a cabo pela Associação de Alzheimer Portugal, a decorrerem em todo o país. Para aqueles que se querem prevenir os especialistas aconselham a toma diária de, pelo menos, três cafés.

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