“Rio tem direito a escolher um calhau com olhos”, defende José Miguel Júdice

José Miguel Júdice defendeu o direito de Rui Rio a escolher “um calhau com olhos” ou “uma besta quadrada” para líder parlamentar, considerando “uma estupidez” a polémica em torno de Fernando Negrão.

“Não é preciso ser um génio que se diga que o líder de um partido, ainda por cima se não for deputado, deve ter o direito de escolher quem é o líder parlamentar, é a sua ligação à política”, argumentou o comentador da TVI24.

Para o antigo militante social-democrata, Fernando Negrão até foi uma boa escolha por parte de Rui Rio, uma vez que não se encontrava entre os apoiantes do novo presidente do PSD.

“Mesmo que ele tivesse escolhido um calhau com olhos, uma besta quadrada, deveria ter esse direito e Fernando Negrão não é uma besta quadrada, não é um calhau com olhos”, afirmou Júdice.

O advogado comparou a atual situação do PSD com a “revolta semelhante em 1978”, quando 42 em 73 deputados se recusaram a seguir as instruções de Sá Carneiro contra o Governo de Mota Pinto.

“Fizeram-no por razões estratégicas, não ganharam com isso”, lembrou.

No caso atual, os deputados que não votaram em Fernando Negrão para líder parlamentar não se basearam em razões ideológicas, como em 78, mas porque “se sentiram desconsiderados por Rui Rio”.

“Não deviam era recusar aquilo que parece óbvio”, insistiu Júdice.

Se o comentador da TVI estivesse agora no lugar de Rui Rio “não estaria tão tranquilo”.

“É evidente que nessa oposição Sá Carneiro ganhou estímulo, energia e apoio popular, mas as caixas de lixo da história política estão cheias de pessoas que se tomam por Sá Carneiro”, explicou.

O novo presidente do PSD foi descrito como “um político autoritário, na linha – são todos diferentes – do Salazar, do Cavaco, do Sócrates”.

Este género de liderança é muito desgastante, pois exige uma cultura de medo, enquanto os “líderes empáticos como Mário Soares, Rebelo de Sousa, António Guterres” se podem mostrar mais próximos das pessoas.

“Ainda me lembro do medo do Cavaco Silva, do Salazar”, concluiu José Miguel Júdice: “Se Rui Rio quer ser um líder autoritário, tem que estar permanentemente a meter medo”.

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