Um “pequeno rim”, com um tamanho semelhante a um embrião com cinco semanas, foi desenvolvido na Austrália com base em células estaminais. A investigadora Melissa Little adianta que as células tiveram de ser “ensinadas” a adotar o desenvolvimento previsto.
Uma investigação conduzida na Austrália pode servir de partida para o desenvolvimento de órgãos ‘artificiais’ para transplante. A equipa coordenada por Melissa Little, investigadora do Instituto de Biociências Moleculares da Universidade de Queensland, conseguiu ‘fabricar’ um “pequeno rim” a partir de células estaminais.
“É mais pequeno do que um rim de um adulto”, salientou Melissa Little, citada pela ABC: “trata-se de um pequeno rim em desenvolvimento” com um tamanho semelhante a um embrião humano com cinco semanas.
O estudo, cujo resumo foi publicado na revista Nature Cell Biology, centrou-se na aplicação dos designados ‘fatores de crescimento’ às células estaminais, através de um molde que reproduzia a constituição ‘normal’ de um rim. “Tivemos que guiar as células através de todos os passos que estas normalmente adotariam durante o desenvolvimento”, explicou a cientista australiana.
A técnica permitiu às células definirem a própria organização de forma a replicar “as complexas estruturas existentes no rim humano”, acrescentou Melissa Little: “conseguimos produzir um conjunto de células mais complexas e isto representa um grande avanço em termos do que foi feito até agora”.
O processo é ainda experimental e os cientistas australianos acreditam que ainda serão preciso décadas para que a técnica permita a produção ‘artificial’ de órgãos para transplantes. As estatísticas mais recentes apontam que, só na Austrália, uma em cada três pessoas está em risco de desenvolver doenças crónicas nos rins cujos tratamentos atualmente disponíveis incluem a diálise e os transplantes.