Ricardo Gomes é protagonista numa das novidade mais inovadoras no Campeonato de Portugal de Montanha JC Group em 2020; a estreia aos comandos do primeiro carro elétrico de sempre na competição.
Trata-se de um projeto que envolve uma equipa espanhola – a SPV Racing – e uma empresa de origem sueca implantada em Serpa (Alentejo), que desenvolve tecnologias viradas para a mobilidade elétrica e materiais compósitos e que tem um projeto para construir um circuito naquela região portuguesa.
“O projeto nasceu há dois anos. Considerei desde logo ser bastante inovador e ambicioso, quando tomei conhecimento dele, e depois foi todo um processo até chegarmos aqui”, explicou Ricardo Gomes.
O piloto bracarense destaca também: “Somos pioneiros no panorama do desporto automóvel mundial e a aposta da SPV Racing é algo que também nos deixa bastante satisfeitos, pois o Lars (Lindberg) e o Raul (Garcia) perceberam que terão aqui uma excelente plataforma para mostrarem o trabalho que fizeram com o Tesla”.
“O conceito de um GT elétrico de alta performance para competição é algo completamente novo e que, obviamente, me vai obrigar a descobrir todo um novo estilo de pilotagem. Mas também acredito que podemos redefinir o automobilismo profissional, pois este é o primeiro passo real para um desporto verdadeiramente sustentável – movido a energia elétrica e com carros de produção”, analisa Ricardo Gomes.
O piloto minhoto espera naturais questões relacionadas com a juventude do carro – o Tesla P 100D Electric GT –, com o qual já travou conhecimento no Circuito Vasco Sameiro: “Há vários aspetos com que vamos ter de lidar. Vamos ser um processo de aprendizagem. Antes de mais haverá a questão do aquecimento das baterias, mas temos os recursos para irmos lidando com tudo isso”.
Lars Lindberg é o ‘rosto’ por detrás do desenvolvimento de alguns dos materiais desenvolvidos para o Tesla a utilizar por Ricardo Gomes, hoje revelado publicamente em Braga. Um bólide que, segundo os seus responsáveis, tem um motor com 778 cv de potência e que sofreu uma ‘cura’ de emagrecimento de 700 cv.
“Trabalhamos com vários materiais inovadores, entre eles o biocarbono, que está em áreas do carro como o tejadilho, painéis laterais, capot ou portão da mala. Tudo concebido como a FIA exige, e aprovado por ela – nomeadamente em termos de ‘crash-tests’ e arco de segurança – para que fosse homologado como carro de competição”, explica-nos o técnico sueco.
Lindberg é também a pessoa que está por detrás do “complexo sustentável” que está a ser construído em Serpa, e que contemplará também o Circuito do Sol. “Vai ser construído essencialmente para o desenvolvimento dos nossos produtos, mas é claro que há abertura para que, quando estiver pronto, possa receber provas de motos ou de carros. Aliás já iniciamos negociações com a federação de motoclismo para esse efeito”.
O técnico sueco não é um novato na competição automóvel, já que trabalhou com pilotos como Thed Bjork e já esteve envolvido em projetos ligados ao TCR, para além de ser o representante em Portugal dos protótipos de corrida britânicos Radical.
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