Centenas de pessoas concentraram-se hoje nas ruas da capital do Zimbabué, Harare, e na cidade de Bulayo para protestarem contra a subida dos preços dos combustíveis decretada pelo Presidente Emmerson Mnangagwa, num clima social cada vez mais tenso.
Os manifestantes começaram a juntar-se ainda de madrugada e ergueram barricadas de pedras e pneus em chamas, relataram os jornalistas da agência francesa AFP.
“Estamos fartos de sofrer, Mnangagwa falhou!”, desabafou um manifestante na capital.
O Presidente tem sido abertamente criticado pela sua incapacidade de vencer a crise. Nos últimos 20 anos, a economia do Zimbabué não parou de encolher, estrangulada financeiramente pela falta de liquidez e inflação galopante.
A situação piorou nos últimos meses quando começaram a escassear os bens essenciais, a começar pelo petróleo. Os veículos formaram longas filas de quilómetros em frentes aos postos de abastecimento de combustível vazios.
Numa rara intervenção televisiva, Mnangagwa anunciou no sábado à noite que os preços da gasolina iriam aumentar duas vezes e meia, para reduzir o consumo e os negócios ilícitos relacionados com as divisas locais, as “notas de obrigação”.
Num ambiente já tenso, a medida incendiou ainda mais os ânimos.
A Confederação de Sindicatos do Zimbabué (ZCTU) pediu à população que parasse de trabalhar até quarta-feira, lançando um apelo nas redes sociais: “Já sofremos bastante, chegou a hora de acabar com a loucura”.