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Retrato da tuberculose em Portugal em exposição da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

Assinala-se no dia 24 de março o Dia Mundial da Tuberculose. Este ano o mote internacional para a efeméride reforça a importância de se “investir para acabar com a tuberculose e salvar vidas”.

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) associa-se a este mote reforçando, neste dia, a relevância de se desenvolverem investimentos e esforços combinados para garantir a equidade de acesso aos cuidados de saúde, quer na área da prevenção, quer no diagnóstico e tratamento da tuberculose a nível mundial.

“Os esforços globais no combate à tuberculose permitiram salvar cerca de 66 milhões de vidas desde o ano 2000. Maiores investimentos vão permitir salvar ainda mais vidas, acelerando o fim desta doença”, destacam Conceição Gomes e Joana Carvalho, da Comissão de Trabalho de Tuberculose da SPP. 

Para assinalar o Dia Mundial da Tuberculose a Comissão de Trabalho de Tuberculose da SPP vai organizar uma exposição temporária com o tema “Respirar livre de tuberculose – viajando pela tuberculose em Portugal”.

A exposição vai decorrer na Fábrica das Palavras em Vila Franca de Xira entre 22 de março e 7 de abril. “Além da exposição, teremos também neste espaço palestras dirigidas à população, com vista a aumentar a literacia em tuberculose e desconstruir mitos associados à doença”, reforçam as coordenadoras desta CT.

Relativamente à situação epidemiológica da doença no nosso país, Conceição Gomes e Joana Carvalho destacam que, de acordo com os dados do último relatório anual de vigilância e monitorização da tuberculose em Portugal (dados definitivos de 2020, da DGS), “mantém-se a tendência já observada nos últimos anos de um declínio sustentado da taxa de incidência de tuberculose – atualmente 14.2/100.000 habitantes, o que corresponde a 1357 novos casos e 108 retratamentos.

Esta incidência é mais elevada nos grandes centros urbanos, com maior densidade populacional e heterogeneidade de etnias: LVT 18.0/100.000; Região Norte 15.2/100.000, Algarve 14.4/100.000; Alentejo 8.6/100.000, Centro 7.7/100.000, RA Madeira 4.7/100.000 e RA Açores 7.8/100.000 habitantes”.

Tuberculose em pandemia

A pandemia veio comprometer o diagnóstico da tuberculose. De acordo com as médicas pneumologistas, “nos dados nacionais relativos ao ano 2020 (relatório anual de vigilância e monitorização da tuberculose em Portugal, da DGS), verificou-se um aumento do atraso no diagnóstico de tuberculose, o que se pode associar a formas mais graves de doença.

Esta demora no diagnóstico poderá ser atribuída a um maior atraso na procura de cuidados de saúde pelos doentes no contexto da pandemia. Também a nível mundial, de acordo com os dados da OMS, a pandemia parece ter tido um impacto negativo na luta contra a tuberculose, verificando-se pela primeira vez em mais de uma década um aumento das mortes por tuberculose em 2020. É fundamental desmistificar o estigma negativo associado à tuberculose, com uma conotação tradicionalmente associada à morte e à pobreza. Trata-se de uma doença prevenível e curável, com um tratamento longo, mas eficaz”.

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