Economia

Resultado líquido da Navigator sobe 18 por cento para 172 milhões nos primeiros nove meses do ano

O resultado líquido da Navigator subiu 18 por cento nos primeiros nove meses do ano para 172 milhões de euros, segundo os dados comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo os valores comunicados pela Navigator, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) cresceu 14 por cento para 341 milhões de euros, mais do que os 300 milhões do período homólogo.

A empresa acrescenta que a evolução positiva dos preços permitiu compensar a perda de volume disponível para venda devido às paragens de manutenção programadas e não programadas nas suas fábricas.

A The Navigator Company registou nos primeiros nove meses de 2018 um volume de negócios de 1.252 milhões de euros, o que representa um aumento de 3,5 por cento em relação aos primeiros nove meses de 2017. Com vendas de 926 milhões, o segmento de papel representou 74 por cento do volume de negócios, a energia 10 por cento (127 milhões), a pasta cerca de 9 por cento (115 milhões), e o negócio de tissue 5 por cento (65 milhões).

A empresa sublinha que o negócio de pasta foi afetado pelas duas grandes paragens ocorridas no ano: a primeira para manutenção na fábrica de Setúbal durante o primeiro trimestre e, a segunda, durante o segundo trimestre, na fábrica da Figueira da Foz para manutenção, que se prolongou para permitir a conclusão do projeto de aumento de capacidade instalada.

“O elevado número de dias de paragem, assim como a necessidade de constituição de stocks nos meses anteriores, condicionaram fortemente a disponibilidade de pasta para venda no Grupo nos primeiros nove meses de 2018”, relata.

Por isso, as vendas da Navigator situaram-se em 177 mil toneladas, 30 por cento abaixo do volume registado nos primeiros nove meses de 2017, período que beneficiou de alguma “destockagem” que não se verificou em 2018 por insuficiência de stocks no início do ano.

A diminuição do volume foi parcialmente compensada pelo aumento do preço de venda, pelo que as vendas em valor refletem uma redução de 11 por cento, para cerca de 115 milhões de euros, refere a Navigator.

No negócio do papel, as vendas de UWF totalizaram 1.137 mil toneladas, situando-se 2 por cento abaixo do período homólogo, essencialmente devido a desvios na produção que resultaram de algumas paragens não programadas, assim como da necessidade de reconstituição de stocks de forma a assegurar um nível adequado de serviço aos clientes.

Já no negócio de tissue, verificou-se um ajustamento em alta do preço médio de venda face ao período homólogo de 2017 (+7 por cento), em resultado da melhoria do mix de produtos, com o menor peso de bobines e uma maior percentagem de produto acabado, assim como dos aumentos de preços aplicados.

No negócio de energia verificou-se uma recuperação no 3.º trimestre no valor das vendas de energia elétrica, o que conduziu a um aumento de cerca de 2,9 por cento, face aos primeiros nove meses do ano anterior (127 milhões), beneficiando do aumento dos indexantes da venda, nomeadamente a cotação de Brent no mercado internacional.

“Apesar do aumento registado no valor das vendas, a produção bruta total de energia elétrica registou uma redução de 1,7 por cento face ao período homólogo, penalizada sobretudo pelas paragens das fábricas de pasta, tendo, no entanto, atingido o valor global de produção de 1,63 TWh”, escreve a empresa.

Nos dados comunicados à CMVM, a Navigator recorda que o programa de redução de custos M2 “prossegue com impacto positivo no EBITDA estimado em Euro 17,2 milhões”.

O endividamento líquido nos primeiros nove meses do ano ficou nos 732 milhões, “após pagamento de 200 milhões em dividendos em junho”.

Já o investimento subiu para os 148 milhões de euros, após a “aceleração de desembolsos com a conclusão dos projetos de desenvolvimento em Cacia (Tissue) e na Figueira da Foz (Pasta)”.

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