Portugal poderá ser alvo de um segundo resgate quando terminar o primeiro, a meio do próximo ano. A hipótese é avançada pelo espanhol El País, que refere a existência de contatos entre Lisboa e Bruxelas para negociar, agora sem o FMI, “uma linha de crédito de precaução”.
A hipótese de Portugal poder necessitar de um segundo resgate, mais “brando”, é cada vez mais debatida no seio da Comissão Europeia, garante o jornal espanhol El País, citando duas “altas fontes” que não identifica. Em causa estará o período pós-troika e um eventual agravamento dos custos na altura de Portugal ter de se financiar nos mercados sem assistência.
Bruxelas estará já a discutir com Lisboa “uma linha de crédito de precaução”, continua o periódico, que estaria disponível a meio do próximo ano, assim que terminasse o atual programa de assistência económica e financeira.
A principal diferença estará, segundo o El País, na composição da troika: o Fundo Monetário Internacional (FMI) seria excluído e substituído pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), a fonte do financiamento da linha de crédito para um resgate “brando”. Portugal continuaria a ter de implementar medidas de austeridade, mas a exigência das mesmas, alegadamente, será menor.
As conversas terão sido intensificadas na semana passada, devido ao despertar da crise política em Portugal. A Comissão Europeia estará em condições de reativar a compra de dívida portuguesa através do Banco Central Europeu, dando “um sinal de que a União Europeia não deixará cair um país que chegou aos limites da austeridade”, concluiu o El País.