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Reservas internacionais angolanas sobem em novembro após três meses de quedas

As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) angolanas aumentaram 2 por cento entre outubro e novembro, para 11.911 milhões de dólares (10.416 milhões de euros), após três meses consecutivos de quedas, mas ainda em mínimos históricos.

A informação resulta de dados preliminares de setembro do Banco Nacional de Angola (BNA), compilados hoje pela Lusa, sobre as RIL, que no espaço de um mês aumentaram o equivalente a 238 milhões de dólares (208 milhões de euros).

Só entre julho e agosto, estas reservas chegaram a cair 15 por cento, o equivalente a 1.340 milhões de dólares (1.173 milhões de euros).

Estas reservas, de moeda estrangeira e que também servem para pagar as compras ao exterior, garantem as necessidades de cerca de seis meses de importações por Angola e tinham atingido em maio os 14.398 milhões de dólares (12.612 milhões de euros), que continua a ser o valor mais alto desde outubro de 2017.

Desde as eleições gerais de 23 de agosto de 2017, que levaram à chegada ao poder de João Lourenço, eleito terceiro Presidente de Angola, estas reservas – que estão em mínimos desde 2010, após a intervenção, com apoio financeiro, do Fundo Monetário Internacional – já caíram cerca de 2.500 milhões de dólares (2.190 milhões de euros).

O BNA tem utilizado estas reservas para vender divisas aos bancos comerciais e garantir a importação de alimentos, máquinas e matéria-prima para a indústria, que por sua vez estão a menos de metade do valor contabilizado antes da crise da cotação do petróleo.

No início de 2014, antes dos efeitos da crise provocada pela quebra da cotação do petróleo no mercado internacional, as reservas angolanas ascendiam a 31.154 milhões de dólares (27.290 milhões de euros).

Angola enfrenta dificuldades financeiras, económicas e cambiais, tendo o BNA aumentado a venda de divisas (euros) à banca comercial angolana, que está sem acesso a dólares face à suspensão das ligações com correspondentes bancários internacionais.

Entre agosto de 2016 e julho de 2017, o banco central – que atualmente é o único fornecedor de divisas à banca comercial – ainda aumentou a injeção de moeda estrangeira no mercado cambial primário, com vendas diretas aos bancos.

No entanto, a partir das eleições gerais de 23 de agosto de 2017, essas vendas por parte do BNA caíram fortemente.

As vendas de divisas feitas pelo BNA foram, entretanto, substituídas em 09 de janeiro pelo regime de leilão de preço com os bancos comerciais, que, em paralelo com a introdução do novo modelo de taxa de câmbio flutuante, definida pelo mercado, fez o kwanza depreciar-se cerca de 45 por cento face ao euro.

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