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Reservas de Angola caem para 10,1 mil milhões de dólares, o valor mais baixo desde 2011

O gabinete de estudos do Banco Fomento Angola disse hoje que as reservas líquidas de Angola em moeda estrangeira caíram para 10,1 mil milhões de dólares, o valor mais baixo desde pelo menos 2011.

De acordo com o relatório semanal enviado hoje aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, os analistas do BFA sublinham que este valor, equivalente a 9,1 mil milhões de euros, “é o valor mais baixo desde pelo menos 2011, quando a atual série estatística começou”.

No documento, o gabinete de estudos económicos do BFA acrescenta que, comparando com o final do ano passado, as reservas representam menos 555 milhões de dólares (500 milhões de euros), o que equivale a uma queda mensal de 62 milhões de dólares (55 milhões de euros) nos nove primeiros meses de 2019.

“Considerando os 12 meses até setembro, as reservas caíram 1,9 mil milhões de dólares [1,7 mil milhões de euros], sendo que o mínimo acordado com o Fundo Monetário Internacional é de 9,1 mil milhões de dólares [8,2 mil milhões de euros]”, lê-se no relatório semanal, que dá ainda conta que este valor representa “5,6 meses de importações, abaixo dos 6 meses de meta das autoridades”.

Comentando as decisões do Banco Nacional de Angola na semana passada, permitindo a oscilação livre do kwanza nos leilões de moeda estrangeira, o BFA nota que “o kwanza desvalorizou-se 6,1 por cento face ao dólar na semana passada, o que representa uma depreciação acumulada de 35,97 por cento desde o início do ano”.

Assim, acrescentam os analistas, o dólar já está a ser transacionado no mercado paralelo a 610 kwanzas por cada dólar, o que significa que “a diferença entre a taxa paralela e a oficial situa-se nos 26,2 por cento”.

O BNA anunciou na quarta-feira uma série de medidas tomadas na reunião extraordinária do Comité de Política Monetária, entre as quais o fim da margem de 2 por cento sobre a taxa de câmbio de referência que era praticada pelos bancos comerciais na comercialização de moeda estrangeira no mercado interbancário e aos clientes.

No início do ano, o BNA tinha já retirado o limite de 2 por cento imposto aos bancos no leilão de divisas e elimina agora a margem de 2 por cento que os bancos podem aplicar, esperando encontrar um equilíbrio cambial até ao final do ano.

O comité de política monetária do BNA decidiu também manter inalterada a taxa de juro nos 15,5 por cento e ajustou de 17 por cento para 22 por cento o coeficiente de reservas obrigatórias para moeda nacional.

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