A representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos defendeu hoje a necessidade dos juízes e dos polícias “serem treinados para que os preconceitos de género não se sobreponham à proteção e à justiça das mulheres”.
“Preconceitos de género enraizados criam ainda mais dificuldades para que as mulheres obtenham justiça”, afirmou Michelle Bachelet numa mensagem sobre o Dia Internacional da Mulher, que hoje se assinala, e na qual pediu aos “governos, deputados e autoridades judiciais de todo o mundo que aproveitem a onda de movimento social contra a violência de género”.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos recordou “a coragem e a determinação de mulheres de todo o mundo que lançaram poderosos movimentos sociais e que falaram sobre a violência que sofreram”.
Deve-se “honrar as gerações de mulheres que transformaram a sociedade ao defender os direitos humanos e ao exigir igualdade, muitas vezes enquanto enfrentavam desafios enormes e com um grande sacrifício pessoal”, assinalou.
Michelle Bachelet recordou também os avanços para a igualdade conseguidos recentemente, como a chegada a cargos políticos de grande influência de mulheres em países como a Etiópia, Tunísia, Costa Rica e Estados Unidos.
O Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (CEDAW, na sigla a inglês) destacou que “a liderança e a participação das mulheres em assuntos políticos é um elemento chave da democracia e um pré-requisito para conseguir o desenvolvimento sustentável”.
“A nossas sociedades não irão usufruir de direitos humanos, paz, desenvolvimento sustentável e inclusivo se as mulheres não exercerem um papel ativo como líderes, tal como os homens”, destacou a presidente do CEDAW, Hilary Gbedemah, num comunicado conjunto subscrito pela União Interparlamentar.
O texto indicou que só 7,2 por cento dos chefes de Estado e 5,7 por cento dos chefes de Governo de todo o mundo são mulheres, e que ainda se mantêm estereótipos e formas de discriminação que colocam obstáculos à plena participação de mulheres na política.
“Embora tenha sido feito algum processo na participação política e na liderança das mulheres”, é necessário dar poder político às mulheres, acelerando “o progresso através de políticas específicas e intervenções legais. É tempo de passar da fala à ação.”, disse Hilary Gbedemah.
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