Fórmula 1

Renault zangada com atitude de outras equipas de F1

O chefe da equipa Renault de Fórmula 1 manifestou-se “exasperado” com a atitude de outras equipas por se recusarem a abolir a regra que obriga a manter os mesmos pneus para a corrida na segunda qualificação.

Ciryl Abiteboul está zangado sobretudo com as equipas do meio da tabela, já que as três formações de topo conseguiram ao longo deste ano tirar partido do facto de conseguirem de forma rotineira chegar à terceira qualificação com pneus médios, enquanto entre o sexto e o 10º só se conseguem qualificar pilotos com pneus macios.

A Renault sentiu ‘na pele’ esta realidade até na última corrida da época, no Abu Dhabi, onde Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg se qualificaram para o oitavo e 10º postos da grelha de partida, mas acabaram por não conseguir pontuar porque Sergio Perez e Daniil Kvyat beneficiaram de uma melhor estratégia e pneus mais performantes.

Para a equipa de Enstone o melhor de 2019 foi mesmo conseguir ficar em quinto lugar no campeonato de construtores, que esteve sob ameaça da Toro Rosso.

A ideia de acabar com a regra dos pneus na Q2 a ser discutida no Grupo de Estratégia da Formula 1 ‘caiu por terra’, porque a data limite de 20 de abril para as mudanças de regulamentos para 2020 foi ultrapassada, sendo exigida uma unanimidade que não existiu e no final as equipas de topo e as suas ‘satélite’ votaram contra quaisquer mudanças. Além disso a regra mantém-se para 2021, ainda que nesta altura não seja requerida unanimidade para isso.

“Mais uma vez vimos a demonstração de um regulamento idiota de ter de começar com pneus macios, que dá tanta vantagem aos tipos atrás de nós. Houve um acordo no Grupo de Estratégia, com o qual todos concordaram. Depois, quando se vai a votação, todos os acordo parecem andar para trás e francamente estou exasperado com isso”, confessa Ciryl Abiteboul.

O líder da equipa Renault acusa as equipas de topo de fazerem ‘lobby’ com as suas equipas júnior para travar uma mudança, “porque é um regulamento que foi ‘cozinhado’ pelas equipas de topo para as proteger”, e reitera: “Não acredito que precisemos dela, mas é uma proteção extra”.

Para Abiteboul também é uma forma de “ajudar equipas que são clientes e afiliadas das equipas de topo” (Mercedes e Ferrari) “apertarem com formações do meio da tabela como nós e a McLaren”.

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